segunda-feira, 13 de maio de 2013

SOBRE ALIANÇAS E FETICHES



Andei pensando sobre dois assuntos essa semana que passou, ideias que ficaram dançando na minha cabeça, me fazendo divagar. Coisa corriqueira, nada demais, mas me deu uma vontade de escrever sobre elas.

O primeiro, é sobre alianças. Essa argolinha miúda, que pessoas comprometidas usam nos dedos como símbolo de uma relação, de um compromisso, de um laço. Na verdade o que me chamou a atenção e me fez começar a divagar foi a espessura do acessório. O que também acabou me levando a questões como: será que a aliança não se tornou já a algum tempo mais um objeto banal, que as pessoas utilizam ao primeiro sinal de estarem juntas a alguém, por mais de três meses? Qual a verdadeira importância desse símbolo nos dias de hoje, sendo que tem casais que nem sequer as usam?

Nos primeiros 23 anos de casamento, meus pais usavam alianças finas banhadas à ouro, então, desde que comecei a entender um pouco as coisas acreditava que todos os modelos de aliança eram únicos, finas e douradas. Estas ficaram em meu subconsciente por muito tempo como a representação de casamento, união e solidez. Quando meus pais resolveram comprar alianças novas, a espessura ficou mais grossa e era cravejada com strass. Muito bonita, mas fiquei com uma estranha sensação de que o significado daquela união havia mudado de alguma forma.

Depois de descobrir que alianças não tinham modelos exclusivos, presenciei um desfile delas ao longo dos anos, até hoje. Finas, grossas, muito grossas, muito finas, douradas, prateadas, de ouro amarelo, de ouro branco, de casamento, de noivado, compromisso e até quadrada. 

Com tantas opções de modelos e significados além de noivado e casamento, pra mim particularmente, este objeto tornou-se uma coisa banal. Sempre respeitei e levei muito a sério pessoas com aliança, independente de seu modelo e da percepção de aparente banalização, mas à alguns dias atrás ao observar um homem jovem, bonito e simpático com uma fina aliança na mão esquerda, muito parecida com aquelas que meus pais usavam, lá no início do casamento nos primeiros 23 anos e que hoje em dia é tão raro ver, tive uma sensação agradável, reconfortante. O rapaz me passou a impressão de ser muito mais maduro e sério do que a maioria das pessoas comprometidas nos dias de hoje, de ter um relacionamento seguro, sólido, cheio de cumplicidade, lealdade, fidelidade e leveza. Não parecia carregar um peso nas costas, o peso do casamento que tantos falam e reclamam, e nem precisar esfregar na cara de ninguém com uma aliança ostentosa que é um homem comprometido, o que pra mim é demonstração de insegurança e falta de confiança no próprio taco, sem contar o exibicionismo tão pouco elegante.

Claro que isso tudo são apenas opiniões e percepções pessoais sobre algo absolutamente cotidiano, que tantas vezes passa despercebido, mas me chamou tanto a atenção nesses últimos dias que divaguei.

Só pra constar, após a troca de alianças finas e comuns por grossas e brilhantes, o casamento de meus pais durou apenas mais nove anos, somando um total de 32. Teria durado mais se continuassem com as alianças velhinhas?


O outro tema que ficou me martelando a cabeça são os fetiches que a gente tem. Não adianta negar, todos temos ao menos um que seja, e eles são diversos, inúmeros, variados, infindáveis.

Eu tenho três que me tiram do sério: aparelho dental, tatuagem e pelos. 

Atendi no trabalho um homem bonito dia desses, mas foi ao perceber o brilho metálico vindo de dentro de sua boca, que fiquei hipnotizado pelo sujeito. Às vezes, o homem é feio, gordo, sem graça, mas se tiver uma tatuagem, já começa a me parecer interessante, agora, se for peludo, aí eu enlouqueço, saio de mim, perco a noção. Não me pergunte como me sinto se a pessoa possuir os três itens de uma só vez, porque ainda não dei de cara com um sujeito desses, mas se acontecer acho que terei orgasmos epiteliais. Coisa mais louca, credo! Mas fetiches, são fetiches, acho até que Freud explica, mas quem precisa delas (as explicações) quando se trata de pele, química, desejo? Estando bom para ambas as partes, vamos que vamos.

Ainda tem gente que adoro pé, mãos grandes, mãos pequenas, nariz, cheiros, chicotes, algemas, velas, músculos, peitos depilados, comida... xiii, acho melhor parar por aqui porque o post vai ficar longo demais, o desejo humano é plural, múltiplo e por vezes assustador.

Já ia esquecendo, tem gente que pira numa aliança, não pode ver um homem/mulher compromissado(a) que cai matando, independente do modelo.       

2 comentários:

  1. Olá amigo...
    Boa percepção sobre as "alianças"...que nada mais são do que de fato..."alianças que as pessoas fazem" e precisam de algo sólido para mostrar ao mundo que algo lhes pertencem...só isso!
    Eu tirei a minha a uns dias...percebi que ela estava me incomodando...afinal,eu nem sou casada no papel...então,pra que usar o raio da aliança?????
    E quer saber?
    Meu casamento ficou mais leve.
    Sem o peso de algo que só servia de enfeite...e nada mais!
    Já os fetiches meu bem,esses sim,são as verdadeiras alianças que temos que alimentar,cultivar e realizar em nossos relacionamentos!
    E como fazem bem ...oh se fazem!!!!
    Beijos

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  2. Alianças são muito charmosas. Quer sejam nos dedos masculinos ou femininos.
    Eu deixei de usar uma , faz treze anos, rsrs. E confesso que ultimamente tenho pensado muito na possibilidade
    de trombar alguém que me desperte o desejo de usar uma outra vez.Os sonhos não têm data pra acontecer não é?

    Beijos mil !

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