sexta-feira, 12 de abril de 2013

ZODÍACO

Regido pela soma das minhas escolhas e não pelos signos do zodíaco, lanço-me a exclusiva dedicação ao agora, este apertado espaço em que sozinho, saudade não arranja tempo para crescer, ou que sonhos recém-nascidos não alcançam velocidade para voar. O agora é lugar em que as dúvidas não servem das paixões para nos amadurecer, e onde jamais saberemos nome de qualquer fruto ou das nossas razões para existir. Por isso, aqui, impeço dores com ausências, faltas com vazios e corro das saudades por não cultivar memórias. Evito rugas na alma por não me permitir entre os sorrisos, chorar também. Assim, eu sou minhas estéreis e mudas certezas, pois nas inexatidões do amanhã que não habito, não sofro, porque não sinto. Talvez quando souber verdade de água, que se entrega aos contornos do tempo a se dessaber rio e se desaguar mar, eu venha a ter a sorte daquele que morre de Amor e arrisca ser feliz.

(texto de Guilherme Antunes do blog "A Ilha de Um Homem Só")

Nenhum comentário:

Postar um comentário