tag:blogger.com,1999:blog-86319666990249084292024-03-05T18:16:09.076-08:00Violetas Violáceas VioladasUm Blog de Contos e Desabafos...Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.comBlogger59125tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-55441260984751009932024-02-11T21:16:00.000-08:002024-02-11T21:16:24.236-08:00Voltando a Escrever<p><span style="white-space-collapse: preserve;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj68BOACa4qVKA1rS72FmGbUWpPSahWJjlnGviyfUB6WOB6pqOxKQyjbZfTgx87rMM5P_4Lge3iyK1fIlu-SxZ73yejb-K665wnNinIowWOxxp9R-3VH_u7-h6MPW4U324NOpBrb0TzFCEPZCzCgft3NdA3FRo1D4o37HaI5Zf43zQh6IIhC0r4pKxHoDws/s640/pexels-photo-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: black;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="640" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj68BOACa4qVKA1rS72FmGbUWpPSahWJjlnGviyfUB6WOB6pqOxKQyjbZfTgx87rMM5P_4Lge3iyK1fIlu-SxZ73yejb-K665wnNinIowWOxxp9R-3VH_u7-h6MPW4U324NOpBrb0TzFCEPZCzCgft3NdA3FRo1D4o37HaI5Zf43zQh6IIhC0r4pKxHoDws/w559-h426/pexels-photo-1.jpg" width="559" /></span></a></div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Por onde eu começo? Me disseram pra não esperar inspiração. Quem quer escrever senta, abre o Word, encara a tela branca e começa. Sento, abro o Word, encaro a tela branca, observo o cursor piscando por alguns segundos, um ou dois minutos talvez, quem sabe cinco, e finalmente começo, ou melhor, recomeço.</span></div><p></p><span id="docs-internal-guid-bfec676f-7fff-f7a7-f851-307301723f3f"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: arial;">Ainda não sei ao certo sobre o que quero escrever nesse texto, mas precisava começar de algum ponto. Meu reencontro com a escrita é uma das minhas maiores metas em 2024, contar sobre isso pode ser um bom começo.</span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: arial;">Eu amo escrever desde que me entendo por gente. Aos nove anos, a paixão pelas novelas despertou em mim um desejo insólito: escrever novelas. Brinquei de criar histórias que seriam exibidas na tela da Globo às seis, às sete ou às oito da noite, por anos a fio, acalentando um sonho que seria o meu maior erro e a minha maior bênção - um dia explico isso melhor.</span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: arial;">E foi assim, brincando, imaginando e fantasiando, em uma era pré-internet, enchendo cadernos e mais cadernos com as histórias que saíam de mim, que virei um adolescente tentando descobrir de que jeito conseguiria ganhar dinheiro escrevendo e efetivamente transformar a escrita em uma profissão. Como ganhar dinheiro vendendo livros, já que ser autor de novelas era um sonho quase inalcançável? A literatura parecia muito mais acessível que a TV, ainda assim não era fácil, e não existia em mim nenhum outro tipo de vocação. </span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Os anos passaram, escolhi uma profissão qualquer, me formei e segui sonhando com a escrita. Abandonei as páginas dos cadernos e diários e mergulhei nas páginas virtuais, quando blogues se tornaram uma febre pra quem tinha qualquer pingo de pretensão em ser lido. O primeiro veio em janeiro de 2008:</span><span style="font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Borboletas na Janela</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">. Paralelamente, criei um segundo blog para registrar meus 30 anos de vida, em um projeto que duraria 365 dias, onde eu contaria passagens da minha vida ao logo das três décadas de existência dela. Esse blog não vingou, escrevi uns quatro ou cinco textos e logo desisti da empreitada. Fiquei tão desgostoso com a minha incompetência em seguir em frente com o projeto que duraria apenas um ano, que deletei tudo e nem do nome da página me lembro mais. Mas quanto melhor eu achava que escrevia, mais vontade de me renovar eu tinha, então encerrei o Borboletas, que durou quatro anos, e comecei o </span><span style="font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Violetas Violáceas Violadas</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">. Um tempo depois parei de escrever só pra mim e passei a colaborar com o </span><span style="font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Pop de Botequim</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">, um blog de cultura e entretenimento. Em seguida, o mesmo criador do PdB reuniu seis colunistas para escrever sobre comportamento no </span><span style="font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Barba Feita</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">, um novo blog onde falávamos do que quiséssemos, principalmente sobre comportamento. Mas o tesão naqueles projetos foi se esvaindo, e eu quis escrever sobre um tema que sempre gostei: novelas. Aí inventei o </span><span style="font-style: italic; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Lembra de Mim - Memórias Teledramatúrgicas do Esdras</span><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">, onde escreveria só sobre teledramaturgia, e escrevi até novembro de 2018. Só agora, escrevendo isso, me dei conta que fui blogueiro - antes desse termo significar o que é hoje - por 10 anos ininterruptos.</span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: arial;">Mas então veio essa pausa. Em 2019, virei criador de conteúdo no You Tube, e me encantei pela comunicação verbal, o que contribuiu para que eu deixasse um pouco de lado a escrita que sempre foi minha fiel companheira. E lá se vão cinco anos que eu não sento diante de uma tela em branco para escrever sobre o que me atravessa, para desabafar angústias e reflexões da vida, para transformar em contos ou crônicas o prosaico ou em poesia, o cotidiano. Parece que andei perdido, mas agora quero realinhar a órbita do meu planeta, voltar pro aconchego das palavras que tanto me confortam, escrever, escrever, escrever como um coração que não pode parar de bater, que andou fraco, mas precisa voltar a se exercitar pra respirar direito e viver cada vez melhor. Não quero nunca mais parar de me exercitar. Por isso, recomeço agora!</span></span></p><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-17770408084303034822024-01-18T19:48:00.000-08:002024-01-18T19:48:24.360-08:00<p style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><b> Estou voltando...</b></span></p>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-68731300027485989662015-02-22T12:27:00.002-08:002015-03-26T21:02:22.186-07:00UMA MULHER VESTIDA DE LUA - PARTE II (FINAL)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqBIi-ZjdwYUm5bxC4M_J1YibwkYqNh6vheQWB6Kr41kWpFsYCTTGbNi_q-_sgC1u1alCBrmk7AEKSdRx2RD0jk-aGPTv-socBI-JRShae4gIaVYbaRq0omq_K5ILOhuUFhK01OKw2bRPz/s1600/79386ncen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqBIi-ZjdwYUm5bxC4M_J1YibwkYqNh6vheQWB6Kr41kWpFsYCTTGbNi_q-_sgC1u1alCBrmk7AEKSdRx2RD0jk-aGPTv-socBI-JRShae4gIaVYbaRq0omq_K5ILOhuUFhK01OKw2bRPz/s1600/79386ncen.jpg" /></a></div>
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Leia a primeira parte aqui: <a href="http://pequenopantuflee.blogspot.com.br/2015/02/uma-mulher-vestida-de-lua.html">Uma Mulher Vestida de Lua</a><br />
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ao ouvir o barulho da queda de Pandora, Ulisses freou o jipe violentamente e correu disparado em direção à noiva. Seu grito de horror e desespero ecoou por todo o redor. Ajoelhou-se ao lado dela e pegou-a no colo, o sangue já se espalhando por todo o vestido branco. Acomodou-a no jipe e partiu em uma velocidade alucinante, rumo ao posto médico de Alvorecer. Enquanto dirigia, seu coração agitado e ensandecido, parecia prestes a explodir. Forçava a respiração, a ideia de perder Pandora pra sempre, o deixava literalmente sem ar.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Pandora foi atendida às pressas. Do posto médico, Ulisses ligou para Ângelo contando o acontecido. Lívido e angustiado, Ângelo teria que comunicar os pais e os tios. E assim foi. O pânico foi geral. O estado de Pandora era grave. Com traumatismo craniano, teve que ser transferida para um hospital da capital. </b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>O casamento foi adiado. Os moradores de Alvorecer, praticamente todos, que conheciam Pandora desde menina, ficaram consternados e se mobilizaram em correntes de orações, para que a jovem se recuperasse o mais depressa possível. Mas, na manhã do domingo em que seria realizado o casamento mais esperado da cidade, Pandora teve morte encefálica.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>A comoção foi total em Alvorecer. Os preparativos para o enterro de Pandora foram todos providenciados por Ângelo e seus pais, pois Francisca e Zé Raimundo, pais de Pandora, não tinham forças pra nada, e Tereza, fazia o impossível para que seu filho, Ulisses, agora uma figura derrotada pela dor e pela culpa, não perdesse a sanidade e cometesse uma loucura.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>A cerimônia de adeus à Pandora, foi a mais bonita e triste que Alvorecer já havia visto. Quando todos se foram, Ângelo que manteve-se forte todo o tempo, permaneceu sozinho, e diante do túmulo da prima ajoelhou-se e chorou copiosamente. Deixou jorrar toda a emoção represada. Saiu do estado de inércia provocado pelo choque inicial e em mais uma conversa íntima e particular com sua amada prima, entre soluços, desabafou: "Por que você se foi? Por que me abandonou? O que vai ser de mim? Eu acho que sem você eu não sei existir. Como é que a gente vive sem um pedaço do nosso coração? Você não podia ter ido assim!"</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Permaneceu sentado ao chão, recostado ao túmulo, completamente descomposto, por um tempo que pareceram horas, até as lágrimas secarem sozinhas, exausto, até sentir algo que parecia um leve sussurro em seu ouvido. Atento, levantou-se e se recompôs, desejando sentir novamente aquele sopro suave, que não se repetiu, mas o deixou com uma estranha esperança. </b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Poucos dias depois da morte de Pandora, Ângelo foi ao monte verdejante que costumava ir quando era criança com ela e Ulisses. Ali eles brincavam e passavam inúmeros momentos deitados, olhando pro céu e contando as estrelas ou adivinhando o desenho das nuvens. Foi ali também, que Pandora lhe confidenciou, que havia tido sua primeira noite de amor com Ulisses. E naquele momento, em que ele ia lá pra matar a saudade e sentir-se mais próximo da prima, encontrou Ulisses, aos prantos. Ainda não tinham se falado desde o terrível ocorrido. Cada um vivendo sua dor separadamente, à sua maneira. Sofrendo pela perda da mulher que mais amavam.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ângelo achou que seria o momento propício para unirem suas dores e se consolarem. Precisavam um do outro naquele momento. Afinal, também se amavam. De formas diferentes, mas se amavam. E podiam encontrar forças um no outro pra continuarem, pois sozinhos, talvez, não suportassem a falta de Pandora. </b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Então Ângelo o abraçou, recostando o rosto dele em seu peito, deixando que suas lágrimas fartas, encharcassem sua blusa. E não disseram palavras. Apenas se consolaram em silêncio. E ambos entendiam perfeitamente a imensidão de seus sofrimentos.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ângelo sentiu que precisava ficar em Alvorecer por tempo indeterminado. Trancou o curso de medicina veterinária na capital e permaneceu em sua terra natal. Uma noite, cheia de angústia, em que sonhou com Pandora sem parar, despertou na madrugada, quase sufocado. Era noite de lua cheia. Ao abrir os olhos, uma visão. Pandora, na janela, observando a bola branca e imensa no céu, como numa prece silenciosa de agradecimento. Ângelo não se assustou, achou que ainda sonhava e chamou pela prima: "Pandora!"</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Pandora o encarou delicadamente, com um sorriso doce nos lábios. "Meu querido, você consegue me ver! Eu tive medo, que não conseguisse." "Sim. Eu vejo você Pandora! Você voltou?". "Infelizmente não, meu querido. Agora eu sou um espírito. Um fantasminha camarada. E só você pode me ver.". "Só eu? Mas por que? E o Ulisses?". "Você será a ponte entre mim e Ulisses." "A ponte? Como assim? Eu não entendo."</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Pandora saiu da janela e sentou-se à beira da cama, próxima a Ângelo, que tentou tocá-la, mas traspassou-a, ela era imaterial. "Só espírito. Lembra?" "Queria tanto te dar um abraço!" Exclamou Ângelo, visivelmente decepcionado. "Você vai me sentir mais intensamente do que num simples abraço. Basta que aceite meu pedido." "Pedido? Qual?". </b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Pandora pôs-se a explicar: "Você mais do que ninguém é testemunha do amor imenso entre mim e Ulisses. E agora posso afirmar, um amor maior que a vida. Ele está sofrendo, Ângelo. Sente minha falta. E eu também. O sofrimento dele não me deixa em paz. E eu sinto saudade. Esse amor ainda é muito profundo e carnal, não me deixa partir em definitivo. E eu sei que você também o ama, tão profundamente quanto eu, talvez, até mais." "Pandora, não...". Ângelo tentou interromper, mas Pandora continuou: "...Ângelo, não precisa negar. Eu sei. Eu sempre soube. Desde aquela tarde no rio, lembra? Você nunca deixou de amá-lo. E talvez eu tenha sido cruel em fazê-lo presenciar o nosso amor esses anos todos. Mas eu realmente acreditei que um dia você encontraria alguém que o fizesse superar Ulisses. Hoje, eu sei que não. Ulisses sempre será seu único e grande amor, mesmo que você conheça outro. Mas Ulisses nunca sentiu atração por rapazes nem nunca sentirá. Ainda assim, eu posso fazer com que você concretize o seu maior desejo." "Do que você está falando, Pandora?" Questionou Ângelo.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Pandora prosseguiu: "De uma troca. Você me empresta o seu corpo e nós dois compartilharemos da paixão que Ulisses sente por mim. Eu preciso senti-lo de novo, Ângelo, tocá-lo, fazer amor com ele. Mas sozinha eu não consigo. Olha pra mim, eu atravesso paredes. Preciso de você, de um corpo físico, do seu corpo."</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Notando a expressão de terror e incredulidade do primo, Pandora tentou amenizar a situação e finalizar sua "visita". "Não tenha medo Ângelo. Você é especial. Nós somos especiais. Eu sussurrei no seu ouvido, lá no cemitério, que voltaria, e tô aqui. Agora, eu te peço que não me abandone. Pra que tudo aconteça, você só precisa subir a colina verdejante em noite de lua cheia, como essa de hoje, e me esperar. Olhe fixamente pra lua e eu estarei em você em poucos instantes, o meu espírito e a minha imagem. Seremos os dois, ao mesmo tempo, um só corpo." Dizendo isso, partiu, desaparecendo no ar como fumaça.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ângelo despertou com os primeiros raios de sol. Os sonhos que tivera com Pandora, de tão reais, haviam lhe acalmado um pouco a alma. Sentia-se mais calmo e sereno. Após o café da manhã, foi ao encontro de Ulisses para contar-lhe que tinha sonhado com a prima. Disse-lhe que ela aparecera linda e radiante em seu vestido de noiva, seus cabelos negros brilhavam à luz do luar e ela estava bem, pedindo que ele lhe acalmasse o coração e não sofresse tanto com sua ausência, pois ela sempre estaria por perto. Ângelo omitiu toda a história verdadeira, o real motivo do sonho, que mais parecia uma visão. Ulisses gostou de ouvir o sonho de Ângelo, mas não se conformava que ela não aparecesse pra ele em sonho. Achava injusto não conseguir conversar com sua amada nem em sonho. Vendo a tristeza de Ulisses, Ângelo quis fazer algo. Desejou que o sonho da noite passada fosse real, não apenas uma alucinação. Queria que fosse verdade tudo o que Pandora lhe disse. Precisava arrancar daquele homem, o homem que amava, um pouco, de tanta infelicidade.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Na noite de lua cheia que sucedeu a aparição de Pandora para Ângelo, o primo apaixonado pelo noivo da prima, subiu a colina verdejante. Ele ajoelhou-se bem ao cume e mirou a lua com sofreguidão, como se suplicasse para que Pandora o possuísse. Não demorou e a magia se fez. Em poucos minutos, Pandora tomara o corpo de Ângelo para si e materializara-se em uma mulher de carne e osso. Vestida de noiva, partiu em busca de Ulisses, seu amado.</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ulisses mal podia acreditar em seus olhos. Era sua mulher, seu amor, igual como a tinha visto pela última vez, só que ainda mais linda. Não fez perguntas, apenas sorriu ao vê-la, o sorriso mais bonito que Pandora já vira. E abraçou-a fortemente. Tocou seus cabelos fartos e ondulados, seu rosto alvo, aspirou seu perfume profundamente e beijou seus lábios com toda a força de uma paixão cheia de saudade. Fizeram amor como se fosse a primeira e a última vez. E quando acordou na manhã seguinte, Ulisses não a encontrou. Mas havia um bilhete no travesseiro: "Me espere nas noites de lua cheia."</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Ângelo sentia-se pleno e realizado, fora a noite mais linda de sua vida. Quando encontrou Ulisses naquela manhã, notou que o domador não parecia tão infeliz. Tinha voltado a trabalhar e seu semblante estava cheio de esperança. Perguntou a ele se estava tudo bem. Ulisses não se conteve e contou a Ângelo que Pandora havia aparecido pra ele na noite passada: "Você acredita ou acha que eu tô ficando maluco?". Ângelo lançou a Ulisses seu olhar mais puro, um sorriso terno e disse com todo o amor do mundo: "Acredito!"</b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>E por incontáveis noites de lua cheia, Ulisses, Ângelo e Pandora viveram seu amor. </b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-38771858147592364642015-02-15T07:02:00.001-08:002015-02-15T07:02:12.778-08:00UMA MULHER VESTIDA DE LUA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6_y9le8hIIkUsvUSpeS23lT9je-IcOBD43Pil4lvJFep82Jce2s-BYdPsS9fe1d_3KSKu_nFFyiZn6WX0cPi3QcwzPQ_ThOVhQEbqaXpOyY3Ac1Q299plT-lsfh5IiU9K_L1CYWRja-aV/s1600/422076-influencia-da-lua-no-corte-de-cabelo-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6_y9le8hIIkUsvUSpeS23lT9je-IcOBD43Pil4lvJFep82Jce2s-BYdPsS9fe1d_3KSKu_nFFyiZn6WX0cPi3QcwzPQ_ThOVhQEbqaXpOyY3Ac1Q299plT-lsfh5IiU9K_L1CYWRja-aV/s1600/422076-influencia-da-lua-no-corte-de-cabelo-1.jpg" height="303" width="400" /></a></div>
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<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Tomavam banho de rio, os três, sempre inseparáveis. Ulisses, sempre ousado, mais ao fundo, enquanto Pandora e Ângelo, perto da margem, observavam e admiravam os mergulhos e as braçadas do menino bonito e corajoso, com ar selvagem, ao longe. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Naquela tarde escaldante, enquanto observava Ulisses com ar de veneração, Ângelo disse à Pandora, com a inocência peculiar à uma criança de 6 anos, que amava Ulisses. No que Pandora rebateu: "Claro que ama, ele é nosso melhor amigo!" "Mas eu quero me casar com ele quando a gente crescer." Pandora, também do alto de seus 6 anos, olhou para Ângelo com uma cara de estranhamento e explicou: "Mas menino não casa com menino, seu bobo!" "É, eu sei, mas se ele também quiser casar comigo não tem problema, a gente pode ser os primeiros meninos a se casarem." Pandora deu uma risada e disse: "Acho que você tá falando a maior bobagem!" "Por que?", quis saber Ângelo. "Porque ele já falou que quer se casar comigo." "E você aceitou?" "Ainda tô pensando, mas se ele quer casar comigo, você vai ter que procurar outra pessoa pra casar. De preferência uma menina, né, pra ficar igual aos nossos pais, menino com menina." Depois da última frase de Pandora, Ângelo calou-se com o semblante entristecido. Com seu jeito doce, a prima havia sido categórica, meninos com meninos não se casam, só meninos com meninas. Mas ela não havia dito nada sobre meninos com meninos não se apaixonarem.</b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Ângelo e Pandora eram primos da mesma idade, suas mães engravidaram no mesmo período. Pandora nascera poucos meses antes. As irmãs Francisca e Martina, de origem humilde, sempre tiveram uma vida simples, se sustentando como costureiras. Até que um belo dia um jovem que acabara de perder o pai, um rico fazendeiro, dono de terras e cabeças de gado, conheceu e se encantou por Martina. Os dois se casaram e mudaram-se para uma das maiores fazendas nos arredores da região de Alvorecer. Martina levou a irmã consigo, que logo conheceu um peão e também se casou. Ficaram os quatro morando juntos no imenso casarão da fazenda. Zé Raimundo, marido de Francisca, como administrador e homem de confiança da fazenda de seu co-cunhado Sebastião e as irmãs abriram uma pequena confecção de roupas num dos muitos galpões vazios da sede, que não demorou muito à crescer e se tornar um negócio rentável. Logo vieram os filhos, Pandora e Ângelo, pra aumentar a harmonia e a felicidade da família. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Ulisses era filho de Tereza, cozinheira da família de Pandora e Ângelo. Viúva, perdeu o marido antes de saber que estava grávida. Desolada, recebeu todo o apoio, carinho e cuidado dos patrões. Ulisses nasceu pouco mais de um ano antes de Pandora e Ângelo. Naturalmente os três cresceram grudados. Tomando banho de rio, andando à cavalo, ordenhando e bebendo leite saído direto da vaca, livres, em contato com a natureza. Subindo em árvores, comendo as frutas do pé, correndo pelos milharais, escalando pequenas elevações que formavam lindos montes esverdeados, que enfeitavam os arredores de Alvorecer e onde se conseguia ver o céu mais de perto.</b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Em Alvorecer o tempo passava manso, devagar, num ritmo cheio de poesia, histórias e causos, muitas vezes difíceis de acreditar, alguns deles davam conta que coisas sobrenaturais aconteciam no lugarejo, cercado por fazendas, chácaras e sítios. A paisagem de Alvorecer era quase que completamente rural, mas seu núcleo era composto por um centro comercial, onde funcionavam lojas, armazéns, bares, clubes de lazer, restaurantes, farmácias e uma agência bancária. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
E neste lugar bucólico, Ângelo, Pandora e Ulisses cresceram unidos e felizes. Descobrindo juntos os sentimentos e os desejos. Aos 12 anos, Pandora trocou o primeiro beijo com Ulisses, e este selou o amor que os marcaria pra sempre. Iniciaram um namoro de criança, puro e inocente. Tudo sob as vistas de Ângelo, seguidor da prima de personalidade forte e encantadora, e resignadamente apaixonado por Ulisses, o belo e forte aprendiz de domador de cavalos. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Aos doze anos, Ângelo já tinha a mais pura clareza da impossibilidade de seu amor por Ulisses ser correspondido e concretizado. O garoto o amava como um irmão, e era um amor poderoso e verdadeiro. Ulisses reconhecia a fragilidade e as delicadezas de Ângelo e o protegia de tudo. Pandora também, apesar da diferença de idade de apenas alguns meses, tratava o primo como um filho e a ligação entre ambos era muito forte. A verdade, é que Pandora sabia, que não só ela, mas Ângelo também amava Ulisses profundamente. Nunca havia se esquecido da conversa que tiveram aquele dia às margens do rio, embora jamais houvessem tocado no assunto novamente. E saber do amor impossível do primo e de como esse sentimento o tornara retraído e melancólico, a fazia sentir uma pena imensa dele, despertando em si um inescapável instinto maternal. Ângelo era mais que seu primo, era seu irmão, seu filho, um pedaço seu que doía se algo de ruim acontecesse a ele. E ela tinha certeza que um dia, um novo amor surgiria na vida dele e toda sua tristeza passaria. Todos seriam muito felizes juntos, ela e Ulisses e Ângelo com seu possível e correspondido amor.</b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Quando completou 16 anos, Ângelo partiu para estudar medicina veterinária, numa renomada universidade longe de Alvorecer. Pretendia voltar após formado para cuidar dos inúmeros animais das fazendas de seu pai. Quanto a Ulisses e Pandora, haviam se tornado o casal mais amado da cidade, todos os admiravam e tinham um imenso carinho pela forma como eles se amavam, eram um retrato da perfeição. Jovens, bonitos, idealistas, de temperamento forte. Os dois só se desentendiam quando Pandora falava sobre seu desejo de ir embora de Alvorecer. Ulisses era filho da terra, convicto de suas origens e desejo de permanecer nela até envelhecer. Tinha se tornado um exímio domador de cavalos, um dos melhores da região e já estava sendo preparado pelo sogro Zé Raimundo, para ficar em seu lugar, administrando as terras de Sebastião, que seriam de Ângelo, tão logo ele e o co-cunhado já não estivessem mais entre eles. Porém, os planos de Pandora eram outros. Ela se envolveu nos negócios da tia e da mãe na confecção de roupas e descobriu-se uma talentosa e promissora estilista, encantou-se pelo mundo da moda e resolveu expandir os negócios mais ainda. Queria fazer um curso de alta-costura em Paris, mas a simples menção deste desejo, era o suficiente para que os pombinhos apaixonados entrassem em um campo de batalha. Ulisses não admitia ficar quatro anos longe de Pandora e muito menos morar na capital quando ela voltasse pronta para abrir uma rede de lojas de moda country. Pandora sofria e chorava muito com a resistência de Ulisses à suas ideias, pois não suportava brigar com o homem de sua vida e queria fazer entendê-lo que nada abalaria o amor dos dois. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Foi para deixá-lo mais seguro, que aos 18 anos, Pandora aceitou casar-se com Ulisses. O casamento foi anunciado com festa na cidade, todos comemoraram alegremente a notícia. Faltando uma semana para o casório, Ângelo chegou à Alvorecer, seria padrinho da prima. Sozinhos no quarto, Pandora colocou o vestido de noiva desenhado por ela, para que o primo a visse linda e esfuziante toda de branco. Foi nesse momento íntimo entre os dois, que Pandora contou a Ângelo suas intenções após o casamento. Ela achava que casando-se seria mais fácil convencer Ulisses a ir com ela para Paris. A porta do quarto que estava entre-aberta, foi bruscamente empurrada por Ulisses, que furioso, confirmava aos gritos para Pandora que não iria com ela para Paris nunca e que não conseguia acreditar que ela tinha aceitado se casar só para manipulá-lo. Os dois discutiam aos berros, enquanto Pandora tentava explicar e acalmar o noivo, diante de um Ângelo incrédulo. Finalizando a discussão, Ulisses bradou que não haveria mais casamento e saiu batendo a porta, deixando Pandora em desespero. Vendo Ulisses sair transtornado, Pandora foi atrás dele. Pela janela do quarto, no andar de cima do casarão, Ângelo observou Ulisses entrar em seu jipe como um foguete. Em seguida, viu a prima montar em Diamante, seu cavalo branco, e sair disparada em direção ao jipe. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Todos ficaram nervosos e apreensivos dentro da casa. Às vésperas do casamento mais esperado pela sociedade alvorecensse, uma briga que poderia acabar com tudo. Ângelo pensou em ir atrás dos dois, mas foi demovido da ideia pelos familiares. </b></span><br />
<span style="color: white; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="color: white;"><b><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Pandora cavalgava num ritmo assustador, no intuito de alcançar Ulisses. Diamante era perigosamente veloz. De repente, um estrondo. O relincho assustado de Diamante. Pandora no chão. Sangue. </span><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> </span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esta é a primeira parte de duas, em breve postarei a continuação final.</span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-72633380088944140402014-10-25T11:59:00.000-07:002014-10-25T21:44:39.424-07:00UM ENCONTRO ESPECIAL<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4xj_bIG5NUvQqay2fzQWvspxjzg-ZgO6ySJ2Xi1Versq5qiy-mhyphenhyphenIa8m63WP0WX3oYdzXDjlFYLIAk0dw__WXH4qoOSssGTGFsZMGXk9z2wvyDbkPLr83j1oyGeU99iam_omK-xr-K8Z2/s1600/amor_eterno_amor_verbena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4xj_bIG5NUvQqay2fzQWvspxjzg-ZgO6ySJ2Xi1Versq5qiy-mhyphenhyphenIa8m63WP0WX3oYdzXDjlFYLIAk0dw__WXH4qoOSssGTGFsZMGXk9z2wvyDbkPLr83j1oyGeU99iam_omK-xr-K8Z2/s1600/amor_eterno_amor_verbena.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Olga Feld embrulhava a última xícara de porcelana, guardando-a com cuidado na caixa de louças, que deixou para ser levada por último no carreto de mudanças, com receio de que as quebrassem. Já tinha perdido tudo que lhe era de mais precioso na vida, seus objetos de estimação e as lembranças eram tudo o que restava. </span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Num período de 15 meses, havia perdido o único filho e o marido. Com a morte do companheiro de mais de 40 anos, a casa tinha ficado grande demais para Olga e sua imensurável solidão. Três meses após a morte de seu amado George, Olga mudava-se de seu antigo casarão afastado da movimentação da cidade, para um modesto e confortável apartamento no centro. Talvez a agitação nos arredores da nova residência espantaria a tristeza e a saudade pela ausência do cônjuge que já não estaria mais ao seu lado.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Só que a dor que Olga carregava no peito juntamente à seu semblante amargurado, era muito maior e mais profunda do que o fato de encontrar-se agora viúva e solitária. A perda do marido servia apenas para agravar o pesar pela perda do filho e aumentar a culpa e o remorso que sentia por não ter se reconciliado com ele antes de sua prematura e definitiva partida.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Pouco antes do filho vir a falecer, ela já pensava em fazer as pazes com ele. Procurá-lo e aparar as arestas de uma relação que sempre fora possessiva e dominadora, como toda a relação entre pais e filhos judeus ortodoxos. Mas o marido radical e inflexível, jamais aceitou uma reaproximação com o filho ingrato, que abriu mão de seguir os preceitos da religião. E afim de não gerar mais atritos, Olga voltava atrás na decisão de procurar pelo filho, que ela nunca mais soube onde estava desde que saiu de casa. </span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Agora, sem o marido ao lado, ela estaria livre pra procurar pelo filho, envolvê-lo em seus braços com força e dizer que o amava e o aceitava incondicionalmente. Mas já não era mais possível, e por isso amaldiçoava a infeliz e terrível ironia de filhos morrerem antes de seus pais. Por incontáveis vezes sentiu-se uma mulher má, tão radical e inflexível quanto o marido, desamorosa, insensível, e era inevitável pensar que agora estava sendo punida por isso, sem George e sem seu filho adorado. A solidão era seu castigo.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Os dias se passavam regados a música judaica, leituras da torá, chás e orações. De vez em quando, quando sentia que estava prestes a desfalecer de tristeza, Olga fazia uma rápida caminhada aos arredores de seu prédio em dias ensolarados, nesses raros momentos parava e olhava pro céu durante longos minutos, amenizando a saudade ao imaginar que pai e filho estariam agora juntos e reconciliados, caminhando por nuvens brancas e fofas, olhando por ela e protegendo-a lá de cima.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">A vizinhança do prédio era simpática, algumas senhoras até tinham tentado inseri-la em suas atividades semanais como a feitura de artesanato nas terças, o jogo de cartas às quintas e as manhãs na piscina às sextas, mas Olga havia recusado todos os convites, ainda não se sentia disposta ao convívio social, mal conseguia ir até a sinagoga, sem George não tinha a mesma graça. Evitava trocar muitas palavras com quem quer que fosse, apenas o estritamente necessário. Era fechada e passava a impressão de sisuda e antipática aos outros moradores, do porteiro à síndica.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Mas um dia, voltando das compras, na entrada do prédio, Olga deparou-se com Adriano. Jovem alto, atlético, moreno de cabelos curtos e negros, passou por ela apressadamente com os braços carregados de livros, cadernos e papéis, ao correr para tentar pegar o elevador, deixou cair um calhamaço. Puxando seu carrinho de compras, Olga abaixou-se para recolher o que pareciam ser apostilas e gritou pelo bonito rapaz. Adriano, que mal havia percebido Olga, voltou-se. Sorriu. Pediu desculpas pela distração e agradeceu, oferecendo-se para ajudá-la com as compras. Ela admirou-se com a simpatia e educação do rapaz que parecia fora de órbita quando passou por ela, tamanha era sua pressa.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">No elevador, Adriano perguntou se Olga era moradora nova - no que ela assentiu - e explicou que estava correndo porque tinha o aniversário de uma amiga pra comparecer e ainda precisava voltar a tempo de corrigir as dezenas de provas que carregava nos braços. Ele era professor universitário e antigo morador do prédio, o qual comprou um apartamento assim que se casou há mais de 5 anos. O elevador parou e eles descobriram que moravam no mesmo andar, um de frente pro outro. Adriano sorriu, simpatizando com a coincidência e foi em direção a seu apartamento, prometendo a Olga que quando estivesse mais tranquilo a convidaria para um café de boas-vindas. Olga agradeceu, demonstrando pela primeira vez interesse e boa vontade com um vizinho.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">O que fez a velha viúva judia, solitária e amargurada corresponder a simpatia de Adriano, era o fato de ele suscitar em sua memória já desgastada lembranças do filho morto. Os dois regulavam em idade, eram altos, fortes, bonitos e o mesmo jeito meigo, embora seu filho fosse mais claro, quase loiro. Olga sentiu-se renovada ao passar aqueles poucos instantes ao lado de Adriano no elevador, era como se uma nova razão pra continuar vivendo acabasse de se abrir pra ela. De repente sentia-se mais disposta. Arrumou as compras na cozinha, distribuindo-as nos armários e na geladeira. E preparou um bolo que era sua especialidade, um bolo de mel, o preferido do filho.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Adriano encontrava-se na cozinha, recostado a pia, de pijama, sorvendo uma xícara de café e observando os primeiros raios da manhã entrarem pela janela, quando ouviu a campainha. Tinha acabado de acordar e não imaginava quem podia ser aquela hora. Ficou enternecido com o gesto carinhoso de Olga ao lhe entregar um pote com um generoso pedaço de seu bolo de mel. Convidou-a à entrar, pedindo desculpas pelas vestes e lhe serviu uma xícara de café. Também cortou duas fatias do bolo, para si e para ela. Sentaram-se no aconchegante sofá cinza e conversaram.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Durante a conversa Olga não sentiu-se à vontade para falar do filho, apenas contou que era uma viúva recente e estava tentando refazer sua vida no novo lar. Adriano também não lhe revelou toda a verdade sobre si. Disse que também era viúvo, que havia perdido a esposa á pouco mais de um ano, e estava tentando superar a perda, e embora a cada dia a ferida aberta da morte do ser amado cicatrizasse um pouco mais, tinha momentos de solidão e falta que eram insuportáveis. Olga entendia perfeitamente, mas acreditava que por ele ser jovem, sua situação era bem mais dolorosa que a dela. Devia ser excruciantemente difícil perder uma jovem e apaixonada mulher, no auge, cheia de vida e de planos. Adriano só não conseguiu contar que sua esposa na verdade, não era esposa, mas marido.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Sempre foi seguro de sua sexualidade e nunca teve problema em assumir-se pra ninguém, mas aquele ainda não parecia o momento para todas as revelações. Olga já era uma senhora de idade e apesar de amável poderia ficar chocada, e ainda parecia tão frágil com toda a situação pela qual passava. Não havia necessidade de lhe enfiar goela abaixo, logo de cara suas preferências sexuais. Parecia uma senhora bastante tradicional, e não queria causar mal-estares em uma relação que acabara de começar. Tinha gostado muito de Olga e queria conversar mais vezes com ela, fazê-la sentir-se menos solitária.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Olga e Adriano tornaram-se bons vizinhos. E depois que Olga contou à Adriano sobre o filho Nathan, que foi expulso de casa porque decidiu assumir e viver sua homossexualidade, eles tornaram-se grandes amigos, confidentes. Mas quando Adriano finalmente confessou que era gay, alguns meses depois, e que o nome de seu falecido marido, com quem viveu e amou profundamente por 6 anos, era Nathan Feld, os dois se tornaram mãe e filho.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Olga não conseguiu conter a emoção. Chorou, sorriu, agradeceu aos céus por lhe dar uma segunda chance de ser mãe. Para ela, Adriano era um presente de Deus, a confirmação de que Ele não queria mais castigá-la, de que a havia perdoada por ter sido mãe intransigente e incompreensiva. Ela só não entendia porque Adriano havia demorado tanto pra lhe contar a verdade.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Ele explicou que soube quem ela era desde o momento que lhe presenteou com um pedaço de bolo de mel, o bolo preferido de Nathan. Aquele que ele sempre preparava quando a saudade da mãe apertava mais forte, e que ela o ensinou a fazer quando tinha 10 anos, mas o dele nunca ficava igual ao dela. Ele sentia falta do bolo dela, preparado por ela. Mas quando ele comeu o bolo naquela manhã, não notou diferença alguma, era o mesmo bolo, o mesmo gosto de saudade, nostalgia, amor e melancolia. A mesma doçura intensa, típica do bolo judaico. E ele se segurou com todas as suas forças pra não desabar em lágrimas naquele momento. E quando teve certeza de seu amor, descobriu a hora certa de contar a verdade.</span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">E os dois se abraçaram e choraram e riram e viveram felizes por se encontrarem e não estarem mais sozinhos. </span></b><br />
<b><span style="color: #a64d79; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<br />Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-77194677148216972092014-09-13T19:45:00.002-07:002014-09-13T19:50:28.137-07:00UMA HISTÓRIA DE OBSESSÃO - PARTE 2 (FINAL)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv81lecNR1hB_J2aSB4Ss2X6ZicL-dUXXWGzryG1S4ZzWVT3MttDz3gjHilokBLGRR1MK0TwnMUgs4LYDTLQF_OZaCfYqHucoJGryCQc80-RRGImtJOy23kT2PbfxeCd23h2uYVxDhPmDY/s1600/Serra+de+Atibaia+ou+de+Itapetininga+ok.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv81lecNR1hB_J2aSB4Ss2X6ZicL-dUXXWGzryG1S4ZzWVT3MttDz3gjHilokBLGRR1MK0TwnMUgs4LYDTLQF_OZaCfYqHucoJGryCQc80-RRGImtJOy23kT2PbfxeCd23h2uYVxDhPmDY/s1600/Serra+de+Atibaia+ou+de+Itapetininga+ok.JPG" height="223" width="320" /></a></div>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Antes de começar a leitura, leia a parte 1</b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: #cc0000;"><br /></span></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><span style="color: #cc0000;">Gael desejou ir ao enterro de Luan, queria dar seu último adeus, mesmo depois de tanto tempo sem ter contato. Foi difícil digerir e se acostumar com o ocorrido. Aceitar que alguém jovem e cheio de vida como Luan tinha partido pra sempre, não era simples. Não conseguiu comparecer ao enterro. Mas de repente, de forma triste e involuntária, Luan tinha voltado pra sua vida com força total. A ideia de sua inexistência, mexia com Gael de uma forma perturbadora. Quando deu por si, havia se tornado um grande</span><i style="color: #cc0000;"> stalkeador</i><span style="color: #cc0000;"> das páginas de Luan em suas redes sociais. O triângulo vivido entre ele, Luan e Santiago era algo que marcara sua vida de forma indelével. Luan não era um simples conhecido, ele fazia parte de sua história. E se Santiago, uma das partes do triângulo, tinha desaparecido de sua vida como fumaça no ar, ainda restavam os registros virtuais de Luan pra que ele pudesse recordar com uma saudade inconfessa, os resquícios de uma paixão avassaladora, uma fantasia, que só ele sabia o bem e o mal que lhe fazia. Um sentimento que mesmo sem querer ele cultivava em silêncio e segredo, pois tinha vergonha que alguém descobrisse que ainda não havia superado por completo aquela desilusão, mesmo após tanto tempo. Acalentava o drama do amor não correspondido e parecia sentir prazer em ser a eterna vítima rejeitada de um desejo não concretizado. Em seus delírios operísticos, ainda desejava uma retratação, um pedido de desculpas de ambas as partes, mas sabia que Santiago mal lembrava de sua existência pra sentir algum tipo de remorso por não amá-lo, e quanto a Luan, qualquer desejo em relação a ele agora, era inútil. </span></b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Quando completou um mês da morte de Luan, Gael escreveu um texto em homenagem ao antigo amigo em sua página no <i>facebook</i>, e foi enquanto conferia outras mensagens, que uma certa declaração de amor póstuma lhe chamou a atenção. O texto apaixonado e emocionado de Taciano, dizia o quanto Luan tinha sido importante em sua vida, e como seria difícil continuar sem ele. Que Luan o tinha transformado pra melhor e foi o presente mais especial que ele já havia recebido. Terminou agradecendo pelo um ano de vida juntos e por tudo de maravilhoso que dividiram, e que ainda o amaria por muito tempo.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Surpreso e um pouco chocado, Gael sentia como se todos continuassem vivendo suas vidas cheia de acontecimentos maravilhosos e emocionantes com o passar do tempo, enquanto só ele se prendia aos sentimentos do passado, permanecendo solitário com seus devaneios românticos. Em sua lógica, Santiago havia desaparecido e provavelmente estava vivendo uma vida cheia de promiscuidades, e Luan tinha encontrado e estava vivendo um grande amor, um amor que ele sempre sonhou viver, um amor que ele merecia, e não Luan, que havia desrespeitado e passado por cima de seus sentimentos, quando se envolveu com Santiago. </b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>A inveja e o ciúmes tomou conta de Gael. Um gosto amargo, uma sensação de ter sido tripudiado, achincalhado e desconsiderado de todas as formas por duas pessoas pelas quais sempre tivera os melhores sentimentos. A raiva e a revolta, agora que descobrira o namorado de Luan, agora que sabia que ele continuou levando sua vida sem sofrer por Santiago, como ele sofreu, e que estava feliz, vinha mais forte do que na época dos acontecimentos.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Ficou obcecado pelo tal viúvo de Luan. Gael queria saber tudo sobre ele. Quem era, onde morava, qual sua profissão, como se conheceram, e foi à fundo em suas pesquisas. Passava horas nas redes sociais procurando informações sobre Taciano, visitava amigos em comum, até descobrir que Laura também era sua amiga. Sutilmente sondou sobre ele com Laura e obteve mais informações. Descobriu que o rapaz era artista plástico, morava no interior de São Paulo, num pequeno e bucólico lugar chamado Atibaia.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Gael tinha sonhos recorrentes com Luan e Santiago, em todos eles, ele era humilhado de alguma forma. Certa noite acordou angustiado, suando, com falta de ar, a cólera tomara conta da sua mente. Precisava fazer algo a respeito, algo que o fizesse se sentir melhor. Abriu o notebook e permaneceu parado em frente a uma imagem de Taciano, como se tivesse em transe. Ele nem era tão bonito, mas parecia muito interessante. Ficou imaginando como era a relação entre ele e Luan. Se eles eram românticos, se transavam muito, se tinha uma música só deles, se se chamavam por apelido, se se amavam de verdade. Às vezes ele achava Luan tão frio e prático, que parecia incapaz de se entregar a uma emoção genuína, sem reservas. Enquanto pensava em tudo aquilo teve um <i>click</i>. Já sabia quase tudo o que podia saber através de terceiros, era chegada a hora de conhecer Taciano por si mesmo. Na página do ex-namorado de Luan clicou em "adicionar aos amigos" e em seguida deixou um recado <i>in box, </i>explicando o quanto era amigo de Luan e como estava feliz em encontrar alguém que havia sido tão próximo dele, após o trágico ocorrido.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>No dia seguinte Gael verificou que Taciano tinha aceitado seu pedido de amizade, então passou para o plano b. Gael e Taciano travaram uma empolgante amizade virtual, se falavam quase todos os dias. Taciano andava muito solitário e carente após a morte de Luan e todos que se aproximassem dele alegando que eram amigos de Luan, ele aceitava de braços abertos como sendo seu também. </b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Gael inventou uma bela história de amizade entre ele e Luan, amizade que nunca existiu, mas ele sabia exatamente o que comoveria Taciano, e o faria entrar em sua vida, por isso teceu sua teia direitinho. Aos poucos Gael tornou-se confidente de Taciano, que estava com uma forte tendência à depressão. Dois meses após iniciarem a amizade virtual, Taciano convidou Gael para visitar sua cidade e conhecê-lo. Para Taciano seria um fim de semana encantador. Para Gael seria o reconhecimento indispensável de um terreno, onde ele daria seu tiro de misericórdia.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Mesmo cheio das mais amargas intenções, os dois dias passados ao lado de Taciano foram perfeitos para Gael. Ele pôde constatar o quão interessante era Taciano, mais do que isso, era uma pessoa especial. Ele lhe mostrou suas esculturas e desenhos, passeou com Gael pelos pontos turísticos da cidade cheia de belezas naturais, preparou comidinhas saborosas e falou muito, muito sobre Luan e o amor dos dois. Mostrou fotos, bilhetinhos, presentes trocados, e enquanto contava tudo sobre eles Gael sentiu a velha pontada de inveja em seu peito, mas dessa vez era uma inveja diferente, não aquela carregada de rancor, mas uma inveja de auto-piedade. Ele queria ter aquilo, viver um amor assim, mas nunca havia sido agraciado com tal privilégio. Achava-se uma pessoa de coração melhor e mais puro do que Luan, no entanto nunca tinha sido recompensado por isso com um amor. O que ele fazia de errado? Queria respostas, mas não as tinha. Já que não havia recompensa por ser bom, prosseguiria com seu plano sem remorsos.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Naquele fim de semana Gael ficou sabendo também como funcionava a dinâmica da relação. Taciano passava a semana com Luan em São Paulo e nas sextas à noite partiam pra tranquilidade do interior, onde faziam amor com calma e Taciano ficava mais inspirado para criar. De volta à capital, Gael ficou dividido entre seguir com seu plano ou deixar Taciano em paz. Mas ele sentia que Taciano havia gostado dele de verdade e pensou que talvez valesse à pena enterrar o passado de vez e começar algo novo, verdadeiro e sólido, bem distante das fantasias platônicas as quais estava acostumado. Ficou uns 3 dias sem falar com Taciano, não respondeu suas mensagens de texto, nem seus recados no <i>face</i>, até que quebrou o silêncio virtual e foi direto ao ponto. Confessou à Taciano que conhecê-lo tinha mexido muito com ele, e como ele sabia que o rapaz não estaria preparado para um novo envolvimento logo após a perda precoce de Luan, preferia manter certo afastamento, pois não estava disposto a sofrer por um novo sentimento não correspondido. Taciano protestou, confirmou que tinha sentido algo muito especial por ele também e que os dois deviam se ver de novo o mais breve possível para resolverem suas questões emocionais.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Quando se encontraram pela segunda vez, Gael e Taciano explodiram em desejo. O sexo foi sublime, forte e poderoso. Gael nunca tinha sentido nada igual, e Taciano deixou-se levar por suas emoções mais profundas, a falta de sexo desde a morte de Luan, aliada a saudade e o desejo por Gael, tão ingênuo, doce e diferente de Luan, que era forte, decidido, genioso, nunca parecendo precisar de proteção. Gael parecia frágil, parecia precisar de um homem forte que cuidasse dele. Os sentimentos se confundiam. Gael ser amigo de Luan podia complicar um pouco as coisas, mas o fato é que ele precisava superar a perda e Gael surgiu como um anjo, ele queria viver aquele sentimento. Pela manhã, Gael foi acordado com café na cama. Taciano era mesmo fascinante, mas Gael havia sonhado com Santiago no lugar dele por tantas vezes e parecia que nunca, nada seria o suficiente pra afastar aquelas lembranças e o sentimento de rejeição dele.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Taciano foi pro banho enquanto Gael tomava seu café, entre um gole e outro olhou pro teto com uma sensação de triunfo. Saiu da cama e abriu a porta da rua, olhou pro céu azul e límpido fixamente e disse com toda a calma como se conversasse cara a cara com ele: Luan meu querido, você viu? Você viu tudo o que aconteceu aqui essa noite? Como você se sentiu? Eu me senti maravilhosamente bem. Cumpri minha promessa, me vinguei de você. Roubei o teu homem, me espojei na mesma cama que ele fodeu com você. E foi bom viu, nossa, que homem gostoso! Eu podia fazer ele me amar, me venerar e ficar louco por mim, assim como ele ficou por você, não, mais, muito mais louco e apaixonado por mim do que foi por você. Mas eu não quero, sabe. Não quero teus restos, tuas migalhas. Eu só queria mesmo que você sentisse o mesmo que eu senti quando você me tomou o Santiago. E agora eu espero que você esteja aí em cima rolando de dor e ódio e tristeza, ou será que você tá no inferno? Será que eu tô olhando pra direção errado? Será que é aqui embaixo dos meus pés que você está, seu maldito?</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>A voz de Taciano chamando por Gael o fez sair do transe que se encontrava na conversa imaginária com Luan. Taciano questionou o que ele fazia na rua e Gael confessou que foi apreciar o céu de brigadeiro da cidade. Era sábado e Taciano estava empolgado com os novos rumos de seu relacionamento com Gael. Passaram um fim de semana romântico, Taciano estava novamente apaixonado, e Gael já não conseguia mais separar delírio de realidade. Sabia que sonhara com momentos como aquele durante muito tempo, mas era Santiago que deveria estar no lugar de Taciano, isso não saía de sua cabeça. Por vezes imaginou o rosto de Santiago, o corpo de Santiago, a boca de Santiago enquanto estava com Taciano. Mas fingiu muito bem uma sanidade que já não tinha mais nas últimas horas que passou ao lado de Taciano.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Na segunda-feira estava de volta à sua casa, deixou Taciano como namorado, mas assim que chegou excluiu-o e o bloqueou de todas as redes sociais. Sem conversas, sem explicações. Havia finalizado seu plano com louvor.</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Taciano tentou buscar explicações, procurou por Gael, descobriu a verdade de suas intenções, sofreu por um tempo, mas se recuperou. </b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Quanto a Gael, foi infeliz pra sempre. </b></span><b style="color: #cc0000; font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"> </b>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-71646481107123819742014-08-03T19:49:00.000-07:002014-09-13T19:50:05.899-07:00UMA HISTÓRIA DE OBSESSÃO - PARTE 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvJm8MZap83By-joS5WBTMAO3Qyia3nnEqDotWXTXbXj5ZSzgT3SH-1FEbF-7OJ348z5cymdrbR095rU2U-2gcUyImxFjIuG8ffpOKrNbqOVUIlzr9uorr50hym3XYiC1usOM25cOYGXto/s1600/frase-paixao-e-uma-obsessao-positiva-obsessao-e-uma-paixao-negativa-paul-carvel-141553.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvJm8MZap83By-joS5WBTMAO3Qyia3nnEqDotWXTXbXj5ZSzgT3SH-1FEbF-7OJ348z5cymdrbR095rU2U-2gcUyImxFjIuG8ffpOKrNbqOVUIlzr9uorr50hym3XYiC1usOM25cOYGXto/s1600/frase-paixao-e-uma-obsessao-positiva-obsessao-e-uma-paixao-negativa-paul-carvel-141553.jpg" height="150" width="320" /></a></div>
<br />
Quando soube da morte de Luan pelo facebook, Gael ficou estarrecido. Já não se falavam há muito tempo, mas de vez em quando, Gael sentia saudades de Luan. Nunca tinham sido grandes amigos, mas no tempo em que trabalharam juntos, eram ótimos colegas de trabalho. Mesmo sendo subordinado de Luan, os dois conversavam muito e se davam super bem. Gael achava Luan divertido e admirava seu humor ácido, e seu jeito prático e direto, às vezes até sendo cruel em suas colocações, mas sempre humano e compreensivo. Gael, de natureza mais dócil e frágil, por vezes invejava a atitude e a segurança de Luan. Até mesmo, quando soube do envolvimento entre ele e Santiago, Gael sofreu, mas não conseguiu sentir raiva de Luan.<br />
<br />
Santiago era o homem dos sonhos de Gael, mas acabou virando seu maior pesadelo. Ambos começaram ao mesmo tempo na empresa, e embora Santiago tenha demorado pra perceber a presença tímida de Gael, durante o treinamento, os olhos de Gael captaram a de Santiago desde o primeiro segundo em que estiveram juntos no mesmo ambiente. E durante os intermináveis dias de treinamento, a mínima menção a presença de Santiago, causava tremores, palpitações, olhos brilhantes e suspiros profundos em Gael. Santiago não era o homem mais bonito que Gael já tinha conhecido na vida, mas diante dele não conseguia se lembrar de nenhum outro.<br />
<br />
No derradeiro dia de treinamento, durante o intervalo pro lanche, Santiago finalmente se aproximou de Gael, que no ápice de sua timidez mal conseguiu disfarçar o rosto pálido e o sorriso amarelo, sem graça, quase desesperado. Afinal, o homem dos seus sonhos, o "cara perfeito", finalmente notava sua presença. O que dizer numa hora dessas? Como se comportar? Como agir naturalmente? Gael definitivamente não sabia. E se recuperando, logo após uma ligeira privação de sentidos, conseguiu respirar fundo e sorrir, oferecendo educadamente um pedaço de seu sanduíche, que gentilmente, Santiago recusou.<br />
<br />
Desde então, fluiu uma bonita amizade entre Gael e Santiago, amizade essa que crescia a cada dia. Eles estavam sempre próximos no trabalho, um ajudava o outro, conversavam amenidades, trocavam confidências, contavam piadas. Eram parceiros, dois grandes irmãos, mas a paixão que Gael acreditava que passaria com a amizade, só aumentava, e o atormentava. Quanto mais ele conhecia Santiago, quanto mais sabia de suas qualidades e fragilidades, sua batalha de vida, seus sonhos, mais o admirava, mais o amava e desejava como homem, como amante. Mas Santiago não dava sinais de que tal sentimento pudesse ser correspondido, de que pudesse passar de pura amizade fraternal.<br />
<br />
Sufocado pela falta de coragem de se declarar, Gael se abriu com Laura, uma amiga de confiança dele e Santiago, que logo lhe aconselhou a confidenciar seus sentimentos. Gael passou a fantasiar como seria dizer a Santiago que o queria mais que um amigo e o amava profundamente. Devaneava docemente que ele ficaria surpreendido e feliz e depois confessaria que também era apaixonado por ele, e os dois iniciariam um namoro e viveriam um lindo romance cheio de ternura e paixão. Mas no fundo, Gael não acreditava nisso, não se sentia verdadeiramente capaz de provocar qualquer sentimento além de amizade em Santiago. Se sentia pouco atraente e sem graça perto do homem lindo, charmoso e sedutor que ele era. E por fim, se conformava em ocultar seus reais sentimentos e manter a amizade leal e sincera de Santiago, do que arriscar uma declaração e afastar de vez seu grande amor.<br />
<br />
A situação íntima de Gael, que já era um sofrimento pra ele, piorou muito com a troca de supervisor que ocorreu no setor em que trabalhava, dois meses depois. Luan era o novo supervisor, decidido, empertigado, tinha postura de quem sabia o que queria e corria atrás, doa a quem doesse. Por outro lado, também era a alegria do setor, e conquistava a todos com seu jeito espontâneo e sagaz, inclusive Gael, que ficou tão fascinado pelo jeito de seu novo superior, que começou a trocar confidências com ele, o que o levou a contar mais do que talvez devesse. Em sua ingenuidade, Gael acreditava que Luan poderia realmente ajudá-lo com seus conselhos, sempre tão inteligentes, e falou pra ele sobre seus sentimentos por Santiago. Luan não era mal, mas como uma velha raposa que era, passou a prestar mais a atenção em Santiago, mas não com intenção de fazer alguma ponte entre ele e o iludido Gael.<br />
<br />
Luan também tornou-se íntimo de Laura e cada vez mais próximo de Santiago. Uma proximidade que intrigou Gael. Uma desconfiança. Mas ele não podia, não queria acreditar em sua intuição. Preferiu pensar que estava imaginando coisas. Mas, por mais discreto que todos fossem, Luan, Santiago e Laura, havia um clima diferente no ar, uma situação da qual ele não fazia parte, e isso o incomodava e entristecia. Laura e Santiago eram seus melhores amigos, e Luan era o chefe querido, com quem ele conversava sobre tudo. Então, por que sempre que ele se aproximava enquanto os três conversavam em uma rodinha, quase cochichando, eles rapidamente mudavam de postura e assunto? Ou quando conversavam Luan e Laura ou Luan e Santiago?<br />
<br />
Um dia, sem mais suportar a sensação de exclusão, praticamente implorou à Laura que lhe contasse o que estava havendo, pois em outras tentativas, com qualquer um dos três, sentia-se sempre ludibriado. E finalmente, vendo a angústia do amigo, Laura contou. Luan e Santiago estavam de caso há algumas semanas.<br />
<br />
Gael engoliu seco, sentiu como se uma bomba tivesse explodido em sua cabeça. Laura viu os olhos do amigo rasos d'água, sentiu que o havia ferido fundo, mas já não suportava mais vê-lo angustiado. Uma hora ele haveria de saber, só não tinha contado antes porque queria adiar ao máximo a mágoa que ele sentiria. <br />
<br />
Os dias se passaram, e Gael sofreu como nunca. Pensava em Santiago e Luan, e chorava, na cama, no chuveiro, vendo TV, ouvindo música, até comendo as lágrimas vinham intrusas e fartas. A dor o dominava. Sentia-se dilacerado, impotente, incapaz de brigar pelo seu amor. Tinha complexo de patinho feio, pensava que jamais poderia competir com Luan. Tinha vontade de desaparecer, nunca mais olhar na cara de nenhum dos dois. Sentia vergonha de achar que um dia Santiago poderia olhá-lo com outros olhos, como se Santiago fosse superior à ele. Entrou em um processo de auto-depreciação e baixa auto-estima. No trabalho mal conseguia falar com Santiago, porque a relação entre ele e Luan parecia estar ficando cada dia mais séria, e ele tinha uma sensação terrível e amarga de que Santiago sabia que ele o amava, e isso era a morte. Por diversas vezes fantasiava que era a grande chacota entre Luan e Santiago, que os dois quando juntos se riam e debochavam dele, por ser romântico, bobo e sem noção, achando que pudesse ter algo com Santiago. Mas de concreto, ele nunca viu nenhum comentário e nenhum tipo de deboche. Ambos eram muito discretos, e nunca assumiram nada. Todas as informações sobre os dois eram dadas por Laura, depois de muita insistência dele em saber, deixando-a sempre dividida entre Luan e Santiago e ele, que era amiga dos três e sentia-se numa "sinuca de bico".<br />
<br />
Quando as coisas começaram a esfriar entre Santiago e Luan, Laura sentiu-se aliviada, pois poderia dar uma boa notícia à Gael e não se envolveria mais no caso. E as coisas esfriaram porque Luan começou a se apaixonar por Santiago e querer algo mais sério. Mas a leveza de um relacionamento sem compromisso era tudo o que interessava à Santiago, sem paixões incendiárias nem cobranças, apenas um sexo bom e uma companhia agradável em momentos pontuais. E como Luan tinha uma certa tendência á Alex Forrest de Atração Fatal, Santiago achou melhor botar um ponto final em seu envolvimento e evitar o que ainda podia ser evitado.<br />
<br />
Gael ficou feliz ao saber que o caso não passou de uma aventura para Santiago, sentiu até um pequeno sabor de vingança, pois imaginou que Luan estivesse sofrendo, e a sensação era boa, vê-lo passar pelo que ele estava passando há meses. Mas também sabia que Luan era prático e jamais se auto-flagelaria como ele, o sofrimento de ambos jamais se igualaria, e isso o deixava péssimo. Logo Luan estaria com outro e Santiago também, mas ele continuaria curtindo seu maldito amor não correspondido, já não tinha mais nenhuma esperança, mas também não conseguia arrancar Santiago da cabeça nem do coração. Até que tomou uma drástica decisão, precisava fazer algo por si mesmo.<br />
<br />
Gael foi à procura de um novo emprego. Em poucas semanas assinava seu pedido de demissão. Luan tentou persuádi-lo da ideia, pois o achava ótimo profissional, mas Gael foi irredutível. Na hora das despedidas, deixou-se levar pela emoção. Abraçou com paixão à Santiago, que ainda amava, mas estava decidido a deixar de amar, tão logo atravessasse a porta da rua, e carinhosamente se despediu de Luan, de quem realmente não sentia raiva, apesar de certo resquício de ciúmes e inveja. Tudo absolutamente civilizado e honesto.<br />
<br />
O tempo passou e o único contato que Gael tinha com Santiago e Luan era pelas redes sociais. Na verdade, Luan era apenas um número em sua lista de amigos, já que nunca disse um "oi" pelo <i>face</i>. E Santiago, de vez em quando dava um "oi", mas sempre sem muita paciência pra papo. Gael o <i>stalkeava </i>vez ou outra, pra matar a saudade, até que um dia Santiago o excluiu. Gael não entendeu, ficou chateado, rolou uma mágoa, mas percebeu enfim, que não podia mais alimentar um sentimento que já não fazia mais nenhum sentido. De vez em quando ele tinha saudade de Luan e sentia vontade de deixar uma mensagem, marcar um encontro, rir do passado e das ótimas tiradas que ele sempre tinha, mas sempre desistia da ideia, achava que seria humilhante ficar correndo atrás de quem nem lhe dava bola. No fundo, dentro daquele triângulo, ele era a única pessoa sincera, Luan e Santiago nunca haviam gostado dele de verdade, era o que pensava. Resolveu enterrar o passado de uma vez por todas.<br />
<br />
Dois anos depois de se demitir, ao ver um link de luto compartilhado por Laura no <i>facebook</i>, em choque, Gael tomou conhecimento da morte de Luan. Os sentimentos ficaram embaralhados, angústia, tristeza, carinho, piedade, perda... Eles não eram amigos, mas existia uma ligação forte entre eles, ambos amaram o mesmo homem e foram rivais elegantes, quase amigos. Pelo menos agora, Gael tinha uma certeza, a morte de Luan destruía em definitivo qualquer fantasma que ainda pudesse existir daquele triângulo amoroso do passado. Mas isso não era verdade.<br />
<br />
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<span style="color: blue;">continua...</span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-71533100386358029052014-07-17T00:34:00.001-07:002014-07-17T00:34:17.716-07:00DOCES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjimG5BG6H6oiEl-zlWGaxALb8yMVh7JxvyEN8Xg-LkvrLP3opmXr8fh8p5AvrCcxv10xov581y7alsgK-9YNbolAHtfeU5zFDEqs_OZXiDKsjbl8FBhNG47OkxkHljVjyK1CFbAl1B-eJx/s1600/983805_508674739199518_2147268042_n+docinhos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjimG5BG6H6oiEl-zlWGaxALb8yMVh7JxvyEN8Xg-LkvrLP3opmXr8fh8p5AvrCcxv10xov581y7alsgK-9YNbolAHtfeU5zFDEqs_OZXiDKsjbl8FBhNG47OkxkHljVjyK1CFbAl1B-eJx/s1600/983805_508674739199518_2147268042_n+docinhos.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<span style="color: #38761d;">Às 03h:30 da manhã de um sábado pra domingo qualquer, a garota deprimida e acima do peso, com complexo de inferioridade, se afunda numa panela de brigadeiro em frente à televisão, enquanto assiste comédia romântica. A outra garota, gostosa e super produzida, arrasa na pista de dança da balada, enlouquecida, enquanto se entope com suas balinhas coloridas. Em comum, as duas tem a solidão.</span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-29119898465718744422014-07-14T22:23:00.002-07:002014-07-14T22:23:31.594-07:00O QUE ACHEI DA ESTREIA DE "O REBU"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAZVEWc0i8kT4i5yHl1BDBc7whyphenhyphen1RX_zrL_80vLRVR2u-abdOYUUPH2E3SRmz2u9qQPh4_xXyGxZRHPnBjyDvWoVNmLfrjjDZwM2AMfsp6NZkV6waK16C831aXR9HgvDpyCgUU4yZMW-9R/s1600/O-Rebu-divulga%C3%A7%C3%A3o-Globo-Estevam-Avellar-9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAZVEWc0i8kT4i5yHl1BDBc7whyphenhyphen1RX_zrL_80vLRVR2u-abdOYUUPH2E3SRmz2u9qQPh4_xXyGxZRHPnBjyDvWoVNmLfrjjDZwM2AMfsp6NZkV6waK16C831aXR9HgvDpyCgUU4yZMW-9R/s1600/O-Rebu-divulga%C3%A7%C3%A3o-Globo-Estevam-Avellar-9.jpg" height="177" width="320" /></a></div>
<br />
A nova novela das 11 já começou toda trabalhada no mistério, como já imaginávamos e como anunciavam as chamadas, mas pra conferir um ar misterioso à trama, achei que a produção exagerou nas cores escuras demais, a fim de dar um tom soturno a releitura da história de Bráulio Pedroso, escrita por George Moura e Sergio Goldenberg.<br />
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Fora essa ressalva, o capítulo de estreia do <i>remake </i>de 1974, foi mais curto do que o esperado. Anunciado como capítulo especial, começou logo após <i>Em Família</i>, e esperava-se que fosse mais longo. O assassinado é revelado logo de cara - o que na primeira versão demorou mais de 50 capítulos pra acontecer, já que um dos mistérios era o "quem morreu?" - , ele é Bruno (Daniel Oliveira), pivô de muitos mistérios e da paixão de duas mulheres opostas: Duda (Sophie Charlotte) e Gilda (Cássia Kis Magro). Seu corpo é encontrado boiando na piscina, durante a luxuosa festa na casa da empresária Ângela Mahler (Patrícia Pillar), um verdadeiro ninho de cobras, onde tudo não passa de um grande jogo de interesses entre os convivas.<br />
<br />
O enredo que se passa todo durante a festa, é interferido por <i>flashbacks</i> que mostram as relações entre os personagens antes da grande comemoração. Relações essas, que em sua maioria envolvem os negócios entre os sócios Ângela e Carlos Braga (Tony Ramos), tudo muito nebuloso, assim como Alain (Jesuíta Barbosa), um penetra que sai da festa, rouba uma moto e aparentemente não tem abolutamente nada a ver com os demais convidados. Oswaldo (Júlio Andrade), é outro personagem misterioso num capítulo que pouquíssimo revelou.<br />
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Esse primeiro capítulo teve ainda, Sophie Charlotte soltando a voz na festa, com a canção de Roberto Carlos <i>Sua Estupidez.</i> Voz afinada e bonita, figurino idem, mas ainda não consegui gostar de seu corte Joãozinho, que acho chique e moderno, mas nela, acho que não ficou muito bem.<br />
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O casting de <i style="font-weight: bold;">O Rebu</i> é bárbaro, e os destaques da estreia foram Cássia Kis e Patrícia Pillar. Outros elementos também chamaram a atenção pelo ar de requinte que deram a trama: a elegante abertura e a caprichada trilha-sonora com músicas de Amy Whinehouse e New Order. O que foi também uma sacada bem bacana, é que durante a festa os convidados fazem <i>selfies</i> e postam nas redes sociais as fotos com comentários sobre o evento, o que deixa tudo bastante real e inovador, mesmo em tempos de <i>Geração Brasil.</i><br />
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Acusada de careta, por não abordar de maneira escancarada a relação homossexual que era insinuada na primeira versão entre os protagonistas, <i style="font-weight: bold;">O Rebu </i>será recheada de cenas picantes, que já tiveram uma prévia logo no início, e encerrou seu primeiro capítulo com um atirador misterioso mirando e a disparando em direção à janela do quarto de Ângela Mahler.<br />
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Sem nada de muito impactante, além do que todos já esperavam na estreia, <i style="font-weight: bold;">O Rebu</i> parece ser uma boa pedida para os que curtem uma história de suspense, e se seguir a mesma qualidade de <i>O Canto da Sereia </i>e <i>Amores Roubados,</i> trabalhos anteriores dos responsáveis pela nova novela das 11, será um ótimo entretenimento para o fim de noite. Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-44127229809897215822014-07-10T20:09:00.002-07:002014-07-10T20:11:33.102-07:00O QUE A GENTE TINHA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1400yWejdN8xq7Im5VV9E6Hlg-v8PJmhPU3pNnVQT1ZysPAwdOnJ550DOHpoYyxcwe826zWG6GDDf9S_yumX3NACptXpN7sPXZSQOe3fF5g-uwjoJXQs7xIbHVBrW3GjZztUigXznWdr/s1600/amorplatonico221.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1400yWejdN8xq7Im5VV9E6Hlg-v8PJmhPU3pNnVQT1ZysPAwdOnJ550DOHpoYyxcwe826zWG6GDDf9S_yumX3NACptXpN7sPXZSQOe3fF5g-uwjoJXQs7xIbHVBrW3GjZztUigXznWdr/s1600/amorplatonico221.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<span style="color: magenta; font-size: large;"><i></i></span><br />
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></i></span></div>
<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>
Das poucas coisas que foram realmente nossas. Daqueles momentos que nada nem ninguém pode nos tirar. Tenho sua primeira imagem, todo de negro, na esquina daquela empresa, onde faríamos a mesma entrevista de emprego. Seu olhar sorrateiro e disfarçado. O impacto de ouvir sua voz pela primeira vez.</i></span><br />
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>O sabor das media-lunas argentinas. O filme </i>Minha Vida Sem Mim. <i>A canção de Ney Matogrosso, aquela que você amava, e que eu passei a amar por sua causa. O best-seller de Dan Brown. </i>O Segredo de Brokeback Mountain.<i> </i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>Nossa primeira conversa a sós, olhos nos olhos, num final de tarde no Parcão. A corrente elétrica que percorria meu corpo com um simples aperto de mãos. As histórias de suas viagens como comissário de bordo. O dia em que me revelou seu maior segredo. </i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>A promessa de um beijo não consumado. A emoção de reencontrá-lo depois de ter decidido sair da sua vida pra não atrapalhar seu relacionamento, e esse reencontro ter partido de você, que fez questão de me abraçar pelo meu aniversário dois dias depois, porque no dia não teve como ligar, mas não esqueceu a data, e aquele abraço foi o mais mágico de todos que eu já ganhei na vida. E naquele momento, eu transbordei.</i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>E tantos íntimos olhares, toques tímidos, palavras pela metade, desejos sufocados, declarações não feitas. Você sabia do meu amor, e eu sabia que você sabia. E o que tínhamos era isso, um acordo tácito. Um sentimento que não se verbalizava. Um romântico silêncio que dizia, que um dia, poderíamos ser mais do que amigos, mas nunca fomos.</i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i><br /></i></span></div>
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<span style="color: magenta; font-size: large;"><i>O que a gente tinha era ar, suspiros, devaneios, bolhas de sabão. Essas coisas que não são palpáveis, mas que se guarda pra sempre no coração. </i></span></div>
Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-77275850126103124832014-06-17T07:56:00.000-07:002014-06-17T07:56:59.175-07:00TEATRO: VÊNUS EM VISOM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGvddZyLjb-Rc4IgnV9NXanviXdpqjlLgd5mysozn5Tl0YeNYSdHcIuiWEBgynrOI7mccMW-PFnpWXKdCer_uSpoSBHl4Mcii1LBtNpNuXCyz6oINTvMfNj1227AjJvEOzcvseYsp6S2ap/s1600/376874-970x600-1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGvddZyLjb-Rc4IgnV9NXanviXdpqjlLgd5mysozn5Tl0YeNYSdHcIuiWEBgynrOI7mccMW-PFnpWXKdCer_uSpoSBHl4Mcii1LBtNpNuXCyz6oINTvMfNj1227AjJvEOzcvseYsp6S2ap/s1600/376874-970x600-1.jpeg" height="197" width="320" /></a></div>
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Em cartaz entre 28 de março e 08 de junho, no teatro Vivo em São Paulo, a peça <b>Vênus em Visom </b>teve uma sessão extra especial dia 11/06 com entrada franca no Itaú Cultural, e eu tive o privilégio de poder conferir a montagem paulista desse excelente espetáculo.<br />
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Protagonizado pela dupla Bárbara Paz e André Garolli e dirigido por Hector Babenco, em sua segunda parceria com a ex-mulher nos palcos (a primeira foi a peça <i>Hell</i> de 2011), <b>Vênus em Visom</b> é uma comédia com doses de erotismo.</div>
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O espetáculo escrito pelo dramaturgo americano David Ives e traduzido por Danielle Ávila Small, traz Bárbara Paz no papel de uma jovem atriz que almeja interpretar Wanda, a protagonista de "Vênus em Visom" - adaptação do texto de Leopold Ritter Von Sacher-Masoch (1836 - 1895), autor que deu origem ao termo masoquismo.</div>
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No dia do teste de elenco, porém, Thomas Novacheck (André Garolli), o diretor que a avalia, diz que ela não tem perfil para viver a personagem. Para convencê-lo do contrário, a atriz inicia um jogo de sedução, marcado por cenas cômicas e doses de erotismo. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlDLlwWpUccxEi57WRxK3DTZn3rpqxc_mFqOdKQ42fdj-Smbf1MJulo4WggFQ5sfAXw7uq1B3Xz2H2qxHiqOtHWch_wYZ6UjxljeUxa5bkVCKrml_-MnepDAHPWzKkZzaC7JisHT_Ynu7N/s1600/venusemvison.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlDLlwWpUccxEi57WRxK3DTZn3rpqxc_mFqOdKQ42fdj-Smbf1MJulo4WggFQ5sfAXw7uq1B3Xz2H2qxHiqOtHWch_wYZ6UjxljeUxa5bkVCKrml_-MnepDAHPWzKkZzaC7JisHT_Ynu7N/s1600/venusemvison.jpg" /></a></div>
A montagem é uma metalinguagem de teatro, uma peça dentro da peça e é sensacional. O texto é riquíssimo, cheio de nuances que possibilitam aos atores performances excepcionais. Bárbara, que dispensa apresentações, está fabulosa em cena, mostrando uma versatilidade nunca vista antes na TV. Sua veia cômica grita no palco, arrancando gargalhadas febris da platéia, sem nunca perder a extrema sensualidade, também muito presente em cena, atingindo seu ápice no momento em que exibe seus fartos e belos seios.</div>
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Já André Garolli, ator menos conhecido da TV - que participou com personagens de certa importância na minissérie <i>Cinquentinha </i>e no seriado <i>Lara com Z </i>(ambos de Aguinaldo Silva) e também esteve em <i>Amor à Vida</i> como o médico Vinícius, papel irrelevante em meio a tantos personagens sem destaque na trama - poderia facilmente ser engolido pela ferocidade de Bárbara em cena, mas também está ótimo.</div>
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Travestida com muita sensualidade e doses cavalares de humor, <b>Vênus em Visom </b>te conduz de maneira a pensar que é tudo uma grande diversão, para no final e, somente no final, com a sarcástica última fala dita por sua protagonista nos lançar num abismo de profunda reflexão.</div>
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Com sonoplastia e iluminação perfeitas e indicações ao Prêmio Shell e ao Prêmio APTR de melhor atriz, <b>Vênus em Visom </b>é um espetáculo impecável, que com certeza voltará em cartaz em breve e quando isso acontecer não perca a oportunidade de conferi-la.</div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqxu96mDaJdhABd5zX8uUq-hC3OCWIt5ZJaDvm9tz6kH1udCIYg2Jm3D14YvwtqYPRFRPhrcxykao-zR3j3oWeI97XMymAJ1qQGJFg3Bk4HwwW6TVspxW3CKvGv0Fc-1npOF5cAkJx06OE/s1600/0606_venus02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqxu96mDaJdhABd5zX8uUq-hC3OCWIt5ZJaDvm9tz6kH1udCIYg2Jm3D14YvwtqYPRFRPhrcxykao-zR3j3oWeI97XMymAJ1qQGJFg3Bk4HwwW6TVspxW3CKvGv0Fc-1npOF5cAkJx06OE/s1600/0606_venus02.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
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Pra finalizar, transcrevo as palavras do diretor Hector Babenco:</div>
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<i>"Quando penso na VÊNUS vem imediatamente na minha memória todas as vezes que eu fui um outro que eu inventei. Há nessa vivência uma euforia alegre e descompromissada que nasce no momento que sinto que o outro foi enganado pela minha mentira. O que me faz grande e distante do comportamento da plebe. Sem raízes psicológicas nem armadilhas racionais. A mentira que é a semente do impostor é a energia que concebeu esta VÊNUS. Nela estão embutidos uma base de chanchada, uma pitada de Moliere, bastante Freud, um pouco de transexualismo, uma colher grande de sadomasoquismo, enfim. Amor, castigo, humilhação, tudo aquilo que fazem dessa receita uma bela refeição."</i></div>
Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-30594619947599294442014-05-28T20:39:00.000-07:002014-05-28T20:39:13.428-07:00FILMES QUE AMO: "DO OUTRO LADO" #02<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5rOtATi0ioetq0hpc_ie_ZfiwNORCpvXp2uWw3Z6SFE23skPz95olq4u7YIicI7DdOvhtFzE85rBZLOH_L06qv-SM7UH5NQZMpZ7S3GGSnrtaGKG7A4rZrsdT1Yttm9E_yEYGIuP0vwQc/s1600/dooutrolado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5rOtATi0ioetq0hpc_ie_ZfiwNORCpvXp2uWw3Z6SFE23skPz95olq4u7YIicI7DdOvhtFzE85rBZLOH_L06qv-SM7UH5NQZMpZ7S3GGSnrtaGKG7A4rZrsdT1Yttm9E_yEYGIuP0vwQc/s1600/dooutrolado.jpg" height="320" width="217" /></a></div>
<br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Em 2008 passei por uma experiência cinematográfica única e inesquecível ao assistir o filme do diretor alemão Fatih Akin, <i>Do Outro Lado</i>. Um filme que fala de política, ideais, preconceito e amor. Amor maternal, amor filial, amor homossexual. Independente do tipo de amor, a história é simplesmente emocionante.</b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><i>Do Outro Lado </i> nos mostra como os destinos podem mudar dependendo de pequenos momentos, de pequenos acontecimentos. Acompanha-se fragmentos da história de três famílias, duas turcas e uma alemã, que se ligam irremediavelmente, formando uma teia de acontecimentos surpreendentes e fascinantes.</b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Ali é um aposentado turco que inicia um romance com Yeter, uma prostituta quarentona também turca, ambos vivem na Alemanha. Preocupado com o envolvimento do pai com a tal mulher, Nejat, filho de Ali e professor de literatura numa universidade alemã, resolve visitá-lo e conhecer Yeter. Quando é apresentado a ela, Nejat se surpreende ao se deparar com uma mulher batalhadora e companheira, que manda dinheiro todo o mês para a filha Ayten, que mora em Istambul e está em apuros por ser uma ativista política.</b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Yeter sente confiança em Nejat e se abre com ele contando toda sua história, expondo sua preocupação de mãe pela filha sozinha vivendo na Turquia e que não manda notícias há algum tempo, correndo o risco de ser uma presa política, e lhe faz um pedido para que ele vá até Istambul, encontre sua filha e convença-a a se mudar pra Alemanha.</b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Na verdade Ayten, que acredita que a mãe trabalha em uma loja de sapatos em Hamburgo, e está sendo perseguida pelo governo, fugiu da Turquia para procurá-la e não encontrando-a após tentar achá-la em todas as lojas de sapatos da cidade acabou vagando nas ruas até conhecer Lotte e ser acolhida por ela. Lotte é uma jovem alemã por quem Ayten se apaixona e as duas começam um relacionamento, deixando Susanne, a mãe de Lotte, preocupada. </b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Quando em uma briga doméstica Yeter é assassinada por Ali e o corpo dela tem de ser extraditado para Istambul, Nejat toma todas as providências, e uma vez na terra natal de seu pai resolve ficar e encontrar Ayten, em memória de Yeter. Lá, Nejat compra uma pequena livraria e se estabelece, sempre à procura de Ayten.</b></span><br />
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: red; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Enquanto isso, Ayten que tem o pedido de asilo negado pelo governo alemão é presa, voltando assim pra Turquia e deixando a apaixonada Lotte em desespero, que aflita por ajudar sua amada acaba impulsivamente partindo para Istambul, contrariando todos os apelos da mãe. É quando uma fatalidade acontece e Susanne se vê obrigada a também viajar para Istambul atrás da filha. Em mais uma manobra do destino as vidas de Susanne e Nejat se cruzam e a história parte para o seu emocionante final.</b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-50751710442045722922014-05-26T00:34:00.000-07:002014-05-26T00:34:00.580-07:00TANTA COISA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrsSro9bPJBPPkogjMst5eWlCPUQdCojHeOW34MAzk3SNRHkiKMURYHLlIPGj6oLI8VCUNRSeS_NGlAlfTPmmrmUoCP1udlfxWDwFS48dg1rVyscPIGf_0TkypQFOxULHXEPOu96-ezzi3/s1600/tanta+coisa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrsSro9bPJBPPkogjMst5eWlCPUQdCojHeOW34MAzk3SNRHkiKMURYHLlIPGj6oLI8VCUNRSeS_NGlAlfTPmmrmUoCP1udlfxWDwFS48dg1rVyscPIGf_0TkypQFOxULHXEPOu96-ezzi3/s1600/tanta+coisa.jpg" height="243" width="320" /></a></div>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Tenho tantos livros não lidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Lugares não visitados.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Filmes não assistidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Viagens não feitas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Perguntas não respondidas.</b></span><br />
<br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Perfumes não sentidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Bebidas não experimentadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Comidas não degustadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Flores não recebidas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Saudades não matadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Frutas não saboreadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Carícias não sentidas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Músicas não dançadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Contos não escritos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Histórias não contadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Energias não gastas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Gargalhadas não dadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Sexo não feito.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Beijos não trocados.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Emoções não compartilhadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Obras de arte não apreciadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Grifes não compradas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Idiomas não aprendidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Belezas naturais não exploradas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Café da manhã na cama não ofertado.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Canções não ouvidas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Atitudes não ousadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Paisagens não contempladas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Direções não tomadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Raivas não extravasadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Talentos não reconhecidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Distâncias não encurtadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Palavras não verbalizadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Ideias não transmitidas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Pessoas não apreciadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Caminhos não percorridos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Mágoas não dissolvidas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Perdões não concedidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Mãos não dadas.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Amores não correspondidos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>É tanta vida ainda pra se viver.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Tenho medo que não dê tempo.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>De concretizar os desejos.</b></span><br />
<span style="color: yellow; font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>De realizar os sonhos! </b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-72150158159617953792014-05-19T15:29:00.000-07:002014-05-19T16:28:54.337-07:00PORNÔ - REALIDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7K_7LuNoDJ13-xW57t4jj1SOL4qlfDy-UY8erDDl4S1CB-3SBLTUMlvoKu9H4l9TrdSnsDBvmSg9JFh2med3uYaaMFYqo4GFYWLI0iOb8cEK-t86o-Tx2iSepkLW0fJT3cKYO0wRbaSAm/s1600/At+The+Porn+Theatre+cinema+porno+pega%C3%A7ao+gay+cinemao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7K_7LuNoDJ13-xW57t4jj1SOL4qlfDy-UY8erDDl4S1CB-3SBLTUMlvoKu9H4l9TrdSnsDBvmSg9JFh2med3uYaaMFYqo4GFYWLI0iOb8cEK-t86o-Tx2iSepkLW0fJT3cKYO0wRbaSAm/s1600/At+The+Porn+Theatre+cinema+porno+pega%C3%A7ao+gay+cinemao.jpg" height="214" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Precisava de algumas horas de sexo. Os dias, semanas e meses se passavam, o trabalho e os estudos o absorviam, o desejo de encontrar o amor que não vinha o desanimava e a libido só diminuía. Mas não era de ferro e antes de se sentir um alienígena, depois de meses de uma vida quase monástica, saiu à procura de sexo. Uma foda, pura e simplesmente. Longa ou rapidinha, ele só queria gozar com outro cara, na real, pele com pele, saliva com saliva, longe da tela de plasma de seu </b></span><b style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">computador de última geração.</b><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Tomou um banho demorado. Escolheu uma roupa bacana, um perfume irresistível e partiu à caça. Nesses momentos se sentia outra pessoa, era como se uma entidade se apropriasse de seu corpo. Sempre bem comportado, gentil, culto e amável, era difícil até pra ele acreditar que fosse capaz de se submeter a lugares daquele nível, em busca de sexo fácil. Um cinema pornô, desses enormes e que funcionam 24 horas no centro da cidade, onde homens de todos os tipos se entregam á suas mais profundas sordidezes. Mas em determinados momentos na vida, todos precisamos ser sórdidos, principalmente quando se trata de sexo, pensava ele. E essa historia de ficar esperando o arrebatamento amoroso, a paixão, as borboletas no estômago, o brilho nos olhos, se guardando pra esse momento especial, já estava ficando patético.</b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Lá dentro, uma penumbra que só deixava vislumbrar vultos ao fundo da sala. Gemidos, odores e fluidos se espalhavam por todo o ambiente. Em condições normais ele sentiria ânsia de vômito, mas seus sentidos estavam alterados pela excitação e o desejo.</b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Andou entre os vultos, tornando-se mais um. Nada o apeteceu. Sentou-se, enquanto esperava surgir alguém interessante. O tesão lhe dava taquicardia. Ao seu lado o Outro o encarava com olhos flamejantes. Em questão de segundos os dois se beijavam ardentemente. E os beijos foram se tornando um crescente de carinhos e ternura impossível de acreditar. A taquicardia foi diminuindo pouco à pouco, dando lugar a uma calmaria no peito. </b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>O beijo do Outro era doce. Seus lábios, firmes e macios. Os cabelos sedosos. O cheiro inebriante. O cavanhaque, de um arranhar suave. A pele tinha uma textura de pêssego. Um homem difícil de se encontrar num lugar daqueles, assim como ele.</b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>Quando os beijos lhes tiravam o fôlego, encaixavam-se no pescoço um do outro, aspirando seus perfumes embriagantes. O Outro o enlaçava em seus braços fortes, como se quisesse protegê-lo do mundo, guardá-lo só pra si, pra sempre. Beijava-lhe as faces, as mãos, o nariz, os olhos, a testa, os cabelos com tamanha singeleza que ele achou tratar-se de uma grandessíssima ironia do destino. Naquele lugar fétido e nauseabundo, à procura de uma trepada ordinária qualquer, encontrou alguém que o deixou recostar a cabeça em seu peito e entrelaçar suas mãos na dele.</b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>As vezes seguravam seus rostos com as duas mãos olhando-se profundamente nos olhos, incrédulos que pudessem ter encontrado num cinema pornô no centro da cidade a companhia tão almejada. Poderia nascer dali o sentimento acalentado por toda uma existência? </b></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>O Outro precisou ir embora, mas trocaram telefone. Ele não fez sexo aquela noite, mas voltou pra casa leve e feliz. Sonhou com aqueles beijos indeléveis e as carícias perfumadas por dias e noites seguidas. Esperou ansiosamente o telefonema do Outro, mas ele não ligou. Já faz seis meses daquela noite, está começando a pensar em dar um pulinho no cinema pornô novamente, mas dessa vez por mais que o destino venha com suas gracinhas, ele não sai de lá sem trepar. </b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-56511040511288472232014-04-28T11:59:00.000-07:002014-04-28T18:28:27.315-07:00HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhro0hnPKX_qfkwrm3B0Er1yWtUJTmmltrVUVE5AakZbZqLt7cVb01S87ay6w7C7Ynqp08P0fs37VWD8-u7JNyt1EEnpGgacfllU4a7H6X4VZdQORp5X7v6g1cRIZyb4hx5jpNS3_tC83MS/s1600/querovoltar.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhro0hnPKX_qfkwrm3B0Er1yWtUJTmmltrVUVE5AakZbZqLt7cVb01S87ay6w7C7Ynqp08P0fs37VWD8-u7JNyt1EEnpGgacfllU4a7H6X4VZdQORp5X7v6g1cRIZyb4hx5jpNS3_tC83MS/s1600/querovoltar.png" height="142" width="320" /></a></div>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>É daqueles filmes que ficam reverberando na sua mente dias e dias depois de assistido. </b><i>Hoje Eu Quero Voltar Sozinho </i><b>é tudo o que já disseram e mais um pouco. Cada um tem sua visão particular das histórias que assiste, lê e ouve, e a minha visão particular do longa de Daniel Ribeiro é esse "mais um pouco" de tudo o que já foi dito à respeito da história sutil, delicada e fofa de Leonardo e Gabriel. </b></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>É simples, é uma extensão do curta lindíssimo de 4 anos atrás, mas me deixou tão comovido e enternecido como se fosse uma história de amor entre iguais inédita, e não é. Tantas outras já foram feitas e assistidas e já me comoveram também. Mas </b><i>Hoje Eu Quero Voltar Sozinho</i><b>, teve um gosto diferente. Talvez a doçura imprimida na história, a descoberta do primeiro amor, a deficiência visual de um dos pares, a identificação.</b></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><i>Hoje Eu Quero Voltar Sozinho </i><b>é leve e profundo. Podemos olhar apenas pelo ângulo da graça, da fofura, mas durante a projeção quem para pra se imaginar no lugar de Leonardo? Nascer cego, não saber nem como é seu próprio rosto. Dizem que é mais fácil assim lidar com a cegueira, quando se nasce com ela, mas de qualquer forma, não deve ser bolinho, enxergar só escuridão ou claridade aonde todos à sua volta enxergam em cores. Difícil não se sentir perdido.</b></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3lsjQuCmw04EG-VeYiCkuWsjy-9MCuKihP60COtsQFLNCGxNXror6LfRtsAkzMsAMfGZeJoP6F4ywqXGixVGlV1Ax7iJVrh2DfTD0J0kc5d5mHXtRV9oh0BQcmEM9CoKxv6vZkkwLXMwm/s1600/Hoje-Eu-Quero-Voltar-Sozinho-LigacaoTeen-Montagem.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3lsjQuCmw04EG-VeYiCkuWsjy-9MCuKihP60COtsQFLNCGxNXror6LfRtsAkzMsAMfGZeJoP6F4ywqXGixVGlV1Ax7iJVrh2DfTD0J0kc5d5mHXtRV9oh0BQcmEM9CoKxv6vZkkwLXMwm/s1600/Hoje-Eu-Quero-Voltar-Sozinho-LigacaoTeen-Montagem.jpg" height="320" width="194" /></a></div>
<b style="color: blue; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: x-large;">Aí seu corpo começa a mudar, seus hormônios afloram e você começa a sentir coisas que antes desconhecia, e então uma nova voz, diferente de todas aquelas que você está acostumado, surge na sua vida e começa a preencher o ar que te rodeia de uma expectativa nova, pulsante, ascendente. Não existe imagens, só vozes, sons, cheiros, projeções, expectativa e muita imaginação. </b><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Como é de verdade, afinal, ser um adolescente, gay e cego? Impossível afirmar com certeza, a não ser que você seja ou tenha sido. Então, pra não tornar a experiência cinematográfica um suplício nesse exercício de imaginação, relaxamos e nos deixamos levar pela história bonitinha de amor sem reservas de Léo e Ga.</b></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Gabriel faz com que Leonardo, mais do que enxergar, sinta as emoções. Ao andar de bicicleta, ao dançar e até mesmo assistir a um eclipse lunar. E então é inevitável, Léo se apaixona por Gabriel, pelo tempo e atenção dedicados a ele, Gabriel se apaixona por Léo, pela fragilidade e esse jeito de quem sempre precisa ser conduzido por alguém pra conhecer coisas prosaicas como um eclipse lunar, e nós nos apaixonamos pelos dois. Mas não só pelos dois, por Giovana também. Aquela amiga especial e muito bacana, que todos nós já tivemos um dia e nutre um amor platônico pelo melhor amigo, Léo. Quem nunca?</b></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>É justamente nesse amor de Giovana por Léo, talvez ainda mais sublime que o de Gabriel, que rolou minha maior identificação. Todos celebram e se empolgam com o romance meigo que nasce entre os meninos, mas quem se coloca no lugar de Giovana, que conhece Léo da vida toda e que guardou um sentimento maior por ele durante sabe-se lá quanto tempo, esperando o momento certo de se abrir? De repente aparece Gabriel, tornando-a quase que indispensável na vida de Léo, fazendo-o descobrir-se gay e ainda despertando um amor irremediável em seu melhor amigo, fazendo-a sentir que todos os anos de amizade e dedicação foram insignificantes. A tristeza e o sofrimento de Giovana, bem como sua libertação e independência de Léo dariam um outro longa, tão ou mais interessante quanto este, mas o foco aqui é a história de amor de Léo e Ga. Ainda assim, não consegui me colocar no lugar de nenhum dos protagonistas, mas sim, no de Gi. Já passei por muitos sentimentos platônicos na minha vida, e sei o sabor nada doce que é. Enfim, Giovana arrasa e rouba boas cenas com seu jeito esquivo e seu charme natural.</b></span><br />
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: blue; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>No fim, embalado por uma trilha feita pra te fazer suspirar e sonhar com a pureza de um amor sincero, saio do cinema lamentando em discretas lágrimas o primeiro amor que não tive e com esperanças que ele um dia vai chegar. </b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-88218311632551386672014-04-06T12:44:00.000-07:002014-04-06T12:44:39.395-07:00365 DIAS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt_Z6Aq7GvRwIXpma9cE608K7B6wMriH7DON61bPiyu8sZkgYUXU33wHOIM9u0Ltf9_jg61AFqfF5ssypTbU8vSwp9-Ix1Fk7cH44ljLAZud0xlaMSoGOzg3f-5BXiQ28rCSdm_Bd4pT5u/s1600/aniversc3a1rio-do-blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt_Z6Aq7GvRwIXpma9cE608K7B6wMriH7DON61bPiyu8sZkgYUXU33wHOIM9u0Ltf9_jg61AFqfF5ssypTbU8vSwp9-Ix1Fk7cH44ljLAZud0xlaMSoGOzg3f-5BXiQ28rCSdm_Bd4pT5u/s1600/aniversc3a1rio-do-blog.jpg" /></a></div>
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>O Blogue de cara nova, comemorando hoje um ano do Meu Pequeno Pantuflee!</b></span><br />
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #cc0000; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>E que venham mais 365 dias e muita inspiração!</b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-78848521147885147442014-04-01T15:57:00.001-07:002014-04-01T15:57:34.181-07:00FILMES QUE AMO: "LONGE DO PARAÍSO" #01<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEuiOVbGrbaSGBPs5ZQig8pBwoXKTWn82TyhpEHBQbEmggcoPWfPrHGdJB1E5rnCgWA786o6kkJfUog4rHxrtS4GQ6OJP56I3C8zt8dkd_0OrUNGsTs4F6TXwTdg2oHq6pAfAULMUP6N65/s1600/17219_gal_detalhe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEuiOVbGrbaSGBPs5ZQig8pBwoXKTWn82TyhpEHBQbEmggcoPWfPrHGdJB1E5rnCgWA786o6kkJfUog4rHxrtS4GQ6OJP56I3C8zt8dkd_0OrUNGsTs4F6TXwTdg2oHq6pAfAULMUP6N65/s1600/17219_gal_detalhe.jpg" height="236" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Depois de mais de um ano sem postagens sobre os filmes que marcaram minha vida (quem me acompanha desde o BORBOLETAS NA JANELA sabe que eu mantinha lá, uma coluna chamada "Os Filmes da Minha Vida"), retorno hoje a falar de um assunto que adoro: minha paixão pela sétima arte e os filmes do meu coração. Tudo continua igual, a única mudança foi o título da coluna, que agora passa a se chamar "Filmes Que Amo" .</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><b>E, pra inaugurar a coluna com chave de ouro, agora no Meu Pequeno Pantuflee, um título especial: </b>Longe do Paraíso.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>O filme de 2002, dirigido por Todd Haynes (Não Estou Lá - 2007 / Velvet Goldmine - 1998) é um drama de época com uma produção impecável e de extrema sensibilidade. Com Julianne Moore, Dennis Quaid e Dennis Haysbert, encabeçando o elenco principal.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Acompanhamos a história de Cathy Whitaker, que nos anos dourados da década de 50, juntamente com o marido Frank e os filhos formava uma família perfeita da alta sociedade americana. Sem muitas preocupações aparentes, a vida de Cathy se resume a cuidar dos afazeres do lar, das crianças, estar sempre bela em glamourosos vestidos e envolvida em eventos sociais. Sempre impecável e exalando um ar de elegância e felicidade conjugal, é admirada e tomada como exemplo por amigas e vizinhas.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Mas o mundo de Cathy desmorona quando o que parecia perfeito é desvelado, ao descobrir que seu amado marido mantem relações extra-conjugais com outros homens. À princípio, brutalmente chocada, Cathy sofre, mas não condena o marido, compassiva, aceita e tenta entender quando ele pede que ela não o abandone e explica que precisa de tratamento, porque é doente. Apaixonada, mas também com medo de ser apontada como uma mulher divorciada, ela decide ajudar o marido a buscar um tratamento.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Sempre compreensiva e paciente, Cathy acredita que o marido vai se "curar" e voltar a ser como antes. Mas conforme o tempo passa, o próprio Frank percebe que nada muda e ao se apaixonar por outro homem, abandona Cathy, deixando-a sem chão.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Sozinha na enorme casa com os filhos, Cathy fica reclusa por um tempo, tentando evitar falatórios e julgamentos, mas quando resolve voltar a se envolver com seus eventos sociais beneficentes, sente na pele o preconceito daquelas que antes a admiravam e julgavam amigas. Todas se afastam, rejeitando-a como uma leprosa.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Arrasada e sem rumo, Cathy encontra em Raymond Deagan, um forte e belo jardineiro, uma nova razão pra ser feliz. Negro e pobre ele, assim como ela, é alvo de grandes preconceitos. Entre uma e outra manutenção em seu jardim, Cathy se vê atraída ao gentil e simpático homem, ela sente empatia por ele, e os dois se tornam bons amigos.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Raymond leva Cathy pra conhecer seu mundo e proporciona à ela momentos com os quais nunca sonhou, trazendo de volta ao seu semblante triste, o sorriso. Não demora muito e os dois se veem apaixonados. Mas será que Cathy está preparada para viver esse amor inter-racial numa sociedade tão hipócrita e preconceituosa?</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>O filme tem um desfecho que nos deixa com um nó na garganta.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><i>Juliane Moore está perfeita, concorreu por esse filme ao Oscar de melhor atriz, sua interpretação é sutil e sublime. Dennis Quaid também está em seu melhor momento, sexy e convincente. E Dennis Haysbert é um tesão de homem, charmoso, delicado e exalando virilidade. Os figurinos são um deslumbramento, assim como a fotografia. Tudo nesse filme é maravilhoso e arrasador. Um filme digno de ser amado!</i></b></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-69367229461172403822014-03-29T21:20:00.000-07:002014-03-29T21:20:30.439-07:00AZUL ESCURO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikFbczQ8O7hEhIAJpIIuToBL57PVRqhXdvRFjXaU7ETRWF2QdEYgwzFxE127jf9kBn0VeFc7DWn1l9JCngV6hD-CXylyetw9Ex19ty1kAVaa2XFtFjHb26cYcMQ4AYdOjyhIuMrF_mWxIZ/s1600/profundos-olhos-azuis_2513786.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikFbczQ8O7hEhIAJpIIuToBL57PVRqhXdvRFjXaU7ETRWF2QdEYgwzFxE127jf9kBn0VeFc7DWn1l9JCngV6hD-CXylyetw9Ex19ty1kAVaa2XFtFjHb26cYcMQ4AYdOjyhIuMrF_mWxIZ/s1600/profundos-olhos-azuis_2513786.jpg" height="148" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><i>As luzes piscantes; a batida do som repetida; a fila do bar lotada; os go-go boys sarados, suados, com micro-sungas brancas em suas performances rebolativas; bichas batendo cabelo, outras fazendo carão; gente bêbada; gente frustrada; num canto os bombados discretos, no outro as pintosas afetadas, na eterna e cansativa segregação gay. Meu amigo tinha se enfiado no dark-room. O carinha que eu tinha beijado há uma hora atrás já estava se agarrando com a quarta pessoa depois de mim. Passavam das quatro da manhã, eu já estava de saco cheio daquele circo. Bebericando uma caipirinha de limão, tudo o que eu pensava era que só queria encontrar alguém legal naquela boate, alguém que eu pudesse enxergar à luz do dia no dia seguinte, alguém que não fosse apenas mais um rosto e uma boca aleatória na multidão.</i></b></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>O calor estava insuportável e eu morrendo de vontade de tirar a blusa, mas diante de tantos corpos malhados desisti. Sempre fui meio gordinho, fora de forma e nunca tive coragem de ficar sem blusa na balada. E em meio à esse pensamento sobre corpos e a ditadura da beleza no meio gay ele surgiu entre nuvens de gelo seco e o brilho dos estroboscópios, lindo feito um deus. Fiquei atônito, com a respiração suspensa por segundos, de repente não consegui pensar em mais nada. Vi-o entrando no banheiro, fui atrás sem pestanejar. Sabia que jamais teria uma chance com aquele homem monumental, mas precisava olhá-lo até que ele sumisse do meu campo de visão pra sempre. Me lembrei de uma canção de Ana Carolina e Seu Jorge que diz </b>"eu não sei parar de te olhar, eu não me canso de olhar, não vou parar de te olhar..."<b>. </b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>E no banheiro cheio de gente, quando ele entrou não houve quem não olhasse, todos admirados e embevecidos, desejando uma lasquinha daquele Apolo. Eu fiquei parado num canto, observando o movimento e o frisson que ele causava. Ninguém ficava indiferente àquele pedaço de homem esculpido meticulosamente por uma vida dedicada a exercícios físicos e um rosto que mais parecia pintado por um mestre renascentista, a não ser ele, o carinha de polo vermelha que lavava o rosto na pia, alheio ao burburinho em torno do outro.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>Era destoante a indiferença do cara de polo vermelha em meio a todos os olhares de interesse e admiração em torno do boy-magia. Tão destoante que despertou minha curiosidade: por que ele não olhava? Será que era um daqueles caras que abominavam o tipo narcisista, bombado, arrogante, que se acha a última bolacha do pacote e sente um imenso prazer em desfazer dos outros, simples mortais? De qualquer forma, mesmo detestando esses tipos, como eu também detestava, era difícil ficar indiferente ao Mr. Macho Escultural. Nem ao menos uma olhada de esguelha. Agora ele olhava fixamente pro espelho enquanto secava o rosto rosado com o papel-toalha.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>O não olhar do cara de polo vermelha chamou a atenção de Mr. Macho Escultural, que propositadamente se aproximou da pia e puxou assunto com ele. De onde eu estava não dava pra ouvir com clareza o que falavam, eram quase sussurros, mas consegui fazer uma pequena leitura labial. O bofe-escândalo disse "Oi", e só então o cara da polo vermelha virou-se pra ele com um sorriso tímido, mas simpático. Mr. Macho Escultural falou algo sobre os olhos dele serem lindos, e pelo que eu pude perceber de longe eram azuis, pareciam bonitos mesmo, mas depois desse elogio ele pareceu ficar ainda mais tímido. Agradeceu o elogio e fez menção de ir embora, porém Mr. Macho Escultural, inconformado em ser dispensado, deu seu golpe de misericórdia. Puxou o outro pelo braço, pedindo que esperasse um pouco e tirou a camisa, exibindo seu perfeito e maravilhoso torso nu, indagando em seguida: - Que tal, gosta do que vê?</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>Com aparente ar de incredulidade, o cara da polo vermelha rebateu: - Como? Mr. Macho Escultural fez com que a mão do outro pousasse em seu peito dourado e musculoso e arrematou: - Isso tudo pode ser seu. Já pensou quantos aqui não queriam estar no seu lugar? O cara da polo vermelha parecia chocado e indignado, afastou-se com veemência e disse que não estava interessado. Enfurecido, o mais cobiçado rejeitado da noite vociferou: - Você é um babaca cara, nunca ninguém me dispensou assim. Nunca mais vai ter uma chance como essa, imbecil! E saiu feito um boi brabo, batendo a porta.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>Imediatamente o banheiro se esvaziou. Ficamos eu e o carinha de polo vermelha, sozinhos. Ele parecia meio zonzo, meio desnorteado. Recostou-se na pia, fui falar com ele:</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Oi, você tá bem?</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Oi, tudo bem, sim, foi só uma tontura, já vai passar. Deve ser o calor.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>Mais próximo dele, pude reparar o quanto era bonito. De uma beleza suave, mas madura. Parecia ser uns dez anos mais velho que eu. O cabelo era bem escuro, negro e muito liso, tinha a pele branca quase rosada e olhos azuis cristalinos que pareciam olhar através de mim. O corpo também era muito bonito, em forma, bem diferente do meu. Estava vestido de um jeito que eu gosto, calçava tênis da Nike, uma calça jeans escura, e claro, uma polo vermelha da Burberry.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Meu nome é Igor.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Prazer Igor, Caio!</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Adoro esse nome, Caio!</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Obrigado!</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Chato o que aconteceu, né? Aquele cara foi um idiota!</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Foi o que pareceu, um grandessíssimo idiota!</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Mas eu tenho que confessar, poucas pessoas dispensariam um cara daquele. Só alguém mesmo muito seguro de si. Em nenhum momento você sequer olhou pra ele, só quando ele foi falar com você, enquanto todo mundo aqui tava babando por ele. Isso mexeu com a vaidade dele. Queria ser como você, não me impressionar com esse tipo de cara, ser mais eu, sabe?</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Você jura que também não percebeu? - Questionou-me ele.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Percebi o que?</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>- Olha bem nos meus olhos! - E Caio se posicionou diretamente em frente ao meu rosto, e então eu me dei conta. Seus olhos me traspassavam porque Caio não enxergava, ele era cego. E de repente uma onda de amor e doçura me envolveu como um abraço quente. Ofereci uma bebida pra ele e saímos do banheiro.</b></i></span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b><br /></b></i></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><b>Conversamos muito. Toquei o rosto dele e ele tocou o meu. Eu finalmente conheci o cara mais legal de todos, aquele que esperei por noites intermináveis. E na escuridão do azul profundo de seus olhos, ele me enxergou além da superfície e me amou mais do que eu jamais sonhei. E eu o amei. E nós nos amamos!</b></i></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-51927506051884921882014-02-19T09:06:00.000-08:002017-02-20T06:44:11.717-08:00QUANDO HOMOSSEXUALIDADE E PEDOFILIA FORAM TEMAS CENTRAIS EM DUAS NOVELAS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5icG3iU8zqVO1HwObOkw11FSUlokgeHYMbw7GiSeRPEt3XNxCshnq3slxbCDX-BxlO4Ysiqdg3uqeyg72VGvx_rtfddtcnlNmkiq8I4Oq4BDyW2plwdRz8RZdBrWFlgg4tfgj6_YcpSV/s1600/cachecol-Mariana-Ximenes-novela-Passione.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD5icG3iU8zqVO1HwObOkw11FSUlokgeHYMbw7GiSeRPEt3XNxCshnq3slxbCDX-BxlO4Ysiqdg3uqeyg72VGvx_rtfddtcnlNmkiq8I4Oq4BDyW2plwdRz8RZdBrWFlgg4tfgj6_YcpSV/s1600/cachecol-Mariana-Ximenes-novela-Passione.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Quando um autor pensa em uma novela com a qual ele estará envolvido e absolutamente absorvido por um mundo fictício, onde será Deus, criando e manipulando a vida de algumas dezenas de pessoas, durante pelo menos um ano inteiro, sendo senhor quase sempre incontestável do destino de todos, ele precisa no mínimo dissertar sobre um assunto que o fascine, que mexa consigo de alguma forma que o impulsione a criar situações que façam a história parecer atraente e interessante de ser contada, prendendo o telespectador inexoravelmente pelos quase ou mais de 200 capítulos de uma telenovela. </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Não raro o mote principal de uma trama folhetinesca trata-se de uma história de amor. Geralmente triângulos amorosos ou amores que topam com o obstáculo da diferença social. De tempos em tempos os autores tentam se renovar, criar novas tramas, novas situações, mas os amores dificultosos sempre estão lá presentes, por mais inovadora que as tramas pareçam. Vide <i>Avenida Brasil (Nina e Jorginho) </i>e <i>Salve Jorge (Morena e Theo)</i>, a primeira em ritmo seriado, com película de cinema, pautava seu tema em uma grande vingança, história forte e densa, muito bem conduzida por autor e direção, que conquistou milhares de fãs ardorosos, encerrando seus 179 capítulos como um grande sucesso. Já a segunda trama citada, escrita por Glória Perez, não teve o mesmo impacto de sua antecessora, muito menos o sucesso retumbante desta. Rainha em abordar temas que envolvem grandes campanhas sociais, muitas vezes de forma bem sucedida, a autora encerrou seu último trabalho com a triste pecha de enorme fracasso.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Em ambos os casos mencionados, tanto um quanto o outro apostaram em algo que acreditavam, era uma boa história a ser contada, com assuntos que certamente os empolgavam particularmente e que conduziram da melhor maneira que acharam possível para conquistar o público. Um foi feliz em sua missão, o outro não.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">No entanto, quando um novelista se propõe a trazer como tema principal de sua trama algo que foge do tradicional amores impossíveis, triângulos amorosos, briga pelo poder e mais uma porção de clichês que já conhecemos bem, precisa usar de muito tato e inteligência para não afugentar o público fiel ao gênero e nem tornar a história indigesta. Estamos acostumados a ver em nossas telenovelas ao longo dos anos, os mais diversos e polêmicos temas serem abordados, mas sempre como história secundária, com a missão de alertar e levar um pouco mais de informação ao telespectador que desconhece o assunto em questão. Temas como incesto, alcoolismo, dependência química, Síndrome de Down, cleptomania, esquizofrenia, crianças desaparecidas, transformismo, deficiência visual, auditiva, violência doméstica, autismo e mais uma série, já foram abordados com boa repercussão, mas sempre ali meio de canto, no quartinho dos fundos, esperando os conflitos do casal principal dominar a cena na sala pra depois aparecer como coadjuvante, nunca como tema principal, que permeasse a história dos protagonistas, mostrando que na verdade todo mundo com seus defeitos, vícios e demônios é protagonista de sua própria vida, independente de ter ou não uma grande história de amor heteronormativa que só acabará bem se culminar no "felizes para sempre".</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Porém, e apesar de, uma vez ou outra surgem autores corajosos, movidos por um profundo desejo de contar uma história em que acreditam, mesmo que o fio condutor da narrativa seja um tema incômodo, onde precisem andar no fio da navalha pra levar aos lares dos espectadores uma trama que quebre a resistência e a ignorância da grande massa, driblando-a e encantando-a. Para isso os responsáveis por tais histórias tecem uma teia por muitas vezes intrincada, onde não imaginamos no que vai dar, costurando-a de forma à envolver sem chocar e somente no final, lá no último capítulo é que nos damos conta de que a novela foi uma grande ousadia, que quebrou paradigmas e nos apresentou como tema principal um enredo que seria impensável e rejeitado com grande repulsa pelos telespectadores, se tivesse sido anunciado de antemão. Satisfeitos com os resultados por receber uma novela cuja a trajetória foi cativante, nos damos conta da grandiosidade da obra e sua narrativa, apenas no desfecho de seu capítulo 200 e pouco.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Pensei nisso tudo ao me lembrar de duas novelas com temas centrais espinhosos. Houve dois momentos na teledramaturgia do horário nobre da Rede Globo em que os autores Sílvio de Abreu e Walcyr Carrasco abordaram como carro-chefe de suas histórias a pedofilia e a homossexualidade. Ambos os temas foram a espinha dorsal, respectivamente das novelas <i>Passione (2010) </i>e <i>Amor à Vida (2013)</i></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Talvez alguns não se lembrem, mas na novela de 2010, <i>Passione </i>de longos 209 capítulos, Fernanda Montenegro como Bete Gouveia era o grande nome da trama. Ela interpretava uma rica empresária, mãe de três filhos, que buscava reencontrar o filho mais velho ilegítimo, Totó de Tony Ramos, o qual pensava ter morrido no nascimento há cinquenta anos, mas descobre no leito de morte do marido que este, sem estrutura para criar o filho de outro, entregou-o a um casal de empregados italianos que voltou a sua terra de origem para cuidar da criança por lá. Ao descobrir toda a verdade, Bete vai em busca do filho na Itália. O mote principalmente da trama aparentemente era esse, todos os conflitos envolvidos nessa revelação familiar, tanto pros Gouveia quanto pra família de Totó e os desdobramentos dessa história envolvendo rejeição, ambição, mentiras e grandes golpes. Golpes esses armados pelos vilões Clara (Mariana Ximenes) e Fred (Reynaldo Gianecchini), que pareciam estar interessados somente no dinheiro de Bete Gouveia, embora houvesse também uma motivação por vingança da parte de Fred, que viu seu pai se matar após sofrer um acidente de trabalho na fábrica dos Gouveia e ser afastado por invalidez. No entanto toda essa trama intrincada, onde a grande vilã e verdadeira protagonista Clara, enlouquece o velho Totó de paixão e casa-se com ele pra dar o golpe do baú, revelou-se em seu último capítulo ser basicamente sobre pedofilia e os traumas causados por tal crime. Pois todas as motivações de Clara no fim, revelaram-se por ela ter sido abusada na infância pelo filho mais velho dos patrões de sua avó, que na época era empregada na casa dos Gouveia e aceitava dinheiro de Saulo (Werner Schünemann) o primogênito da família, para que molestasse à vontade sua neta. Por aí já temos uma ideia de como deve ter crescido a pequena Clara, sendo vendida pela própria avó, à mercê de um homem escroto e sem caráter. E a vó maldita, vivida abominavelmente bem por Daysi Lúcidi, provando total falta de escrúpulos, depois de aposentada, continuou fazendo o mesmo com a neta mais nova, vendendo-a por uma noite aos hóspedes de sua pensão. A menina era irmã de Clara, a qual esta a defendia com unhas e dentes contra a vó do mal. À certa altura da trama, o personagem Saulo é friamente assassinado à facadas num quarto de motel, e do meio pro final o "quem matou Saulo?" torna-se o grande mistério da trama, revelado no último capítulo. A terrível assassina é nada mais nada menos que Clara Medeiros. Além de todas as maldades que aprontou com os pobres mocinhos da história, Clara fecha sua grande trajetória de vilanias com seu maior objetivo, eliminando o homem que a violentou durante toda a infância. E no fim entendemos que a única vítima da história toda era ela. De repente, com a surpreendente revelação nos momentos finais da trama, sobre os verdadeiros motivos da vilã com cara de anjo, tudo se justifica e a perdoamos por todas as suas crueldades. Achei esse desfecho sensacional, Sílvio de Abreu foi extremamente inteligente, cauteloso e audacioso ao conduzir sua história alicerçada em um tema tão indigesto, de maneira magistral. A trama em si não foi das melhores, teve "barriga" e ficou enfadonha durante um tempo, sem contar que vilões serem os assassinos misteriosos dos "quem matou?" é o maior balde de água fria, pelo menos pra mim, mas nesse caso tudo se encaixou à perfeição e foi maravilhoso ver um grande autor dar o seu recado de forma tão contundente e bem feita. </span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;"> </span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTDwkTC5JFRq80Y_DleigE86pD7AZoGE4zV8va5SCGhO7y0pEQmn8QdSsgiKKme8PudUUzcXE-71GeQtUPvrDP2OhsbXaoL8D9mpQA6nULyZeRdnPFhoo7alHghjwNiU26XT2zWvP1uoh2/s1600/mateus-solano-amor-a-vida-42675-felix.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTDwkTC5JFRq80Y_DleigE86pD7AZoGE4zV8va5SCGhO7y0pEQmn8QdSsgiKKme8PudUUzcXE-71GeQtUPvrDP2OhsbXaoL8D9mpQA6nULyZeRdnPFhoo7alHghjwNiU26XT2zWvP1uoh2/s1600/mateus-solano-amor-a-vida-42675-felix.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Recentemente, à menos de um mês, podemos acompanhar ao longo de inacreditáveis 221 capítulos o desfecho da novela <i>Amor à Vida</i>, escrita por Walcyr Carrasco. Onde, a despeito de Bruno (Malvino Salvador) e Paloma (Paola Oliveira) com seus dramas familiares e amorosos, bebê jogado em caçamba de lixo, vingança de secretária, golpe do baú em mocinha com câncer e mil campanhas sociais mal abordadas, o que o autor quis realmente foi escrever uma história sobre a homossexualidade, a não aceitação desta pela pessoa que mais se admira e as consequências disso, que é a falta de amor e compreensão, na cabeça de um gay que se enruste para obter a aceitação daquele, que pra ele é o exemplo máximo a ser seguido. Então nasceu Félix Khoury (Mateus Solano), gerado como o vilão-mor da trama, capaz das maiores atrocidades por dinheiro, poder e a aceitação pelo abjeto pai César Khoury (Antônio Fagundes). Com uma aceitação absurda ao vilão gay, Walcyr viu seu caminho livre para dar as nuances que quisesse ao personagem e deitar e rolar, até finalmente transformá-lo num vilão redimido, tornando-se o verdadeiro herói e mocinho da novela, com direito a par romântico, torcida do público para que fosse feliz no amor e um emocionante e apaixonado beijo no final. Muito se disse e até mesmo o próprio Wacyr declarou várias vezes que escrevia conforme a reação do público, o que subentende-se que talvez a ideia inicial da trama não fosse essa, mas sinceramente não acredito. Aposto que Walcyr já tinha essa ideia guardada na caixola há tempos, e conseguiu muito espertamente conduzir sua trama, à se tornar não só a primeira novela a exibir um beijo gay em uma trama da Globo, mas a primeira novela do Brasil a ter um protagonista e um casal principal gays. A novela foi de Félix e o romance mais instigante e enternecedor foi o dele com Niko (Thiago Fragoso), com destaques para alguns coadjuvantes como Márcia (Elizabeth Savalla), César, Pilar (Suzana Vieira), Valdirene (Tatá Wernewck) e Aline (Vanessa Giácomo), que estavam todos direta ou indiretamente ligados a ele, que foi de vilão à herói, de bandido à mocinho apaixonado, sempre com muito humor e veneno até obter seu maior desejo: a aceitação do pai e sua declaração de amor nos últimos minutos, da última cena, do último capítulo, no final mais emocionante e melancólico de uma novela, nos últimos dez anos. Walcyr falou e fez tudo o que desejou através de Félix, fechando com chave de diamante sua novela tão criticada e verdadeiramente cheia de defeitos, mas deu de presente à uma minoria tão discriminada, uma novela pra chamar de sua.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">Um dia eu sonhei que dois homens gays poderiam protagonizar uma novela. Isso foi em 2005, quando Glória Perez fazia <i>América</i>, e em seus primeiros capítulos o garoto gay Júnior (Bruno Gagliasso), filho da fazendeira Neuta (Eliane Giardini), e ainda confuso em sua orientação sexual, começava a sentir um amor platônico pelo peão Tião (Murilo Benício), protagonista da trama, que o ensinava a montar à cavalo. Naquelas cenas, em que Júnior olhava Tião com ar de admiração e desejo reprimido, me vi no personagem, muitas vezes identificando perfeitamente o que ele sentia. E pensava ingenuamente o quão ousado e fascinante seria se por alguns segundos apenas, Tião o correspondesse com o mesmo olhar, nem precisava acontecer nada literal, mas uma insinuação, uma possibilidade. Tião tinha seu objeto de desejo, seu par romântico, a mocinha Sol (Déborah Secco), mas um protagonista bissexual talvez, por que não? Algo que ficasse subentendido, pra encher o coração de Júnior de esperança e os nossos também, gays apaixonados por novelas. Mas obviamente que nenhuma mínima insinuação aconteceu, isso detonaria a imagem do galã viril e rústico perante a esmagadora maioria de telespectadores. Nem ao menos o beijo entre Júnior e Zeca (Erom Cordeiro), seu par romântico na trama aconteceu, apesar de super alardeada na época. E eu tive a mais absoluta certeza de jamais teríamos um casal gay protagonizando novelas no Brasil, mas quase dez anos depois o sonho se tornou real, de maneira mansa, sutil e linda o amor entre iguais foi representado de forma indelével e inesquecível. Um amor que já ousa dizer seu nome.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;">À Walcyr e Sílvio meus parabéns e minha gratidão por fazerem de seu ofício motivo de orgulho e grande emoção àqueles, que assim como eu sempre foram fãs do gênero, e a despeito de quem enche a boca pra condenar os que assistem novela, julgando ser entretenimento para alienados, tem plena certeza e confiança de que o estilo não é uma obra menor, apesar do apelo popular. Sempre me interessei pela arte considerada maior como literatura, teatro, cinema, artes plásticas, música clássica e continuo interessado, mas a primeira forma de arte a qual tive contato foi a telenovela brasileira e se não fosse por ela demoraria um bocado pra me aproximar das outras. Hoje consigo manter um filtro com relação as novelas atuais, e nem tudo ou quase nada me apetece como antigamente, mas deixar de apreciar uma boa trama escrita incansavelmente pelos melhores novelistas do mundo, não creio que deixarei. </span></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-10667041168062867392014-02-07T06:54:00.000-08:002014-02-07T06:54:45.759-08:00DILACERADO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1bwtbYFS_K0obkUTD2RqT87-QUqxiSbWl0NFzDUWb7A_cEVR1bCVapJuHVdjS_e3fmnyHmIn0gin-dsCaKH0mdti8nnPEHzdfyJ5nCxeRwbEc0MRQCGuzpid3fS-5lQdUDtpLwGzYhmlS/s1600/Canada-Lynx-Chasing-a-Varying-Hare.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1bwtbYFS_K0obkUTD2RqT87-QUqxiSbWl0NFzDUWb7A_cEVR1bCVapJuHVdjS_e3fmnyHmIn0gin-dsCaKH0mdti8nnPEHzdfyJ5nCxeRwbEc0MRQCGuzpid3fS-5lQdUDtpLwGzYhmlS/s1600/Canada-Lynx-Chasing-a-Varying-Hare.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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Ivan fazia sua corrida vespertina todos os dias naquele parque. Era sagrado, chegava do trabalho, se livrava do terno e da gravata, vestia o moletom e ia pro parque à poucos quilômetros de sua casa. Andava meio solitário e um tanto carente, o Ivan, de 34 anos, cabelos raspados e olhos cor de chuva.<br />
<br />
Naquele dia se atrasou pra corrida, chegou ao parque num horário que não lhe agradava muito, quase escurecendo. Era o horário da "caça". Homens "caçavam" homens entre as copas das árvores, sedentos, famintos, cheios de concupiscências. Ivan sabia disso, pois já tinha sido um desses homens. Há tempos deixara essa prática pra trás.<br />
<br />
Tentou fazer sua corrida sem se importar com os olhares e as pegações ao redor, mas alguém estava atrás dele, muito próximo, sentia a respiração ofegante muito perto. Olhou pra trás por curiosidade, surpreendeu-se com Oscar, 41 anos, grisalho, olhos amendoados e bem atlético.<br />
<br />
Oscar lançou-lhe um olhar faminto e misterioso. Ivan resistiu, apressou o passo e correu mais rápido, queria se livrar da tentação. Oscar não desistiu, começou a persegui-lo como um lince persegue uma lebre. Alcançou-o até pegá-lo pelo braço. Ivan desvencilhou-se irritado sem nada dizer. Oscar agarrou-o pelo braço novamente, não houve palavra, comunicaram-se só com o olhar. O de Oscar dizia que o desejava ardentemente. Ivan relutou, mas o outro tinha um charme difícil de resistir.<br />
<br />
Ainda assim, por alguns segundos Ivan repeliu-o, mas Oscar o segurava e investia em cima dele, mesmo contra a vontade, até segurar seu rosto firmemente entre as mãos e lhe beijar quase à força. Um beijo profundo, com fúria, doloroso, molhado e quente. Ivan finalmente se entregou em meio à penumbra noturna das árvores, àquele beijo que mais parecia uma luta, tamanhos eram o desejo e a excitação dos dois homens encolerizados de tesão.<br />
<br />
Definitivamente entregue a situação, a mão de Ivan deslizou por dentro do moletom de Oscar e com movimentos frenéticos e alucinados os lábios e as línguas se corroíam em desespero e o membro latejava insanamente. Oscar explorava a boca de Ivan como se quisesse sugar até a última gota de sua energia vital. Ivan masturbava Oscar cada vez com mais força e rapidez. Oscar explodiu num gozo denso e farto. Se afastou de Ivan imediatamente, que tentou segurá-lo, mas foi empurrado com violência.<br />
<br />
Oscar correu rápido, muito rápido pra longe de Ivan. Ivan ficou parado vendo o outro se afastar, com a mão direita cheia de um pouco de vida daquele homem do qual nem sabia o nome e os olhos cor de chuva inundados, prenunciando mais uma tempestade no seu coração. Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-13495813848163927122014-01-30T23:11:00.000-08:002014-01-30T23:14:50.849-08:00WALCYR CARRASCO, UM AUTOR KAMIKAZE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcMdgIPAMJmYWDFR0_j_tHuQjHMLzyZ183NiKqWHCt9AYOHYEQyU_-6bc9gnTbutXe128P__hRtDqmBqlewbGmrw6lM21hrS8pBKDFJH8Jht5DBuLy2MB7q191W9ydY6DDmYxRFukvrjhR/s1600/walcyr-carrasco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcMdgIPAMJmYWDFR0_j_tHuQjHMLzyZ183NiKqWHCt9AYOHYEQyU_-6bc9gnTbutXe128P__hRtDqmBqlewbGmrw6lM21hrS8pBKDFJH8Jht5DBuLy2MB7q191W9ydY6DDmYxRFukvrjhR/s1600/walcyr-carrasco.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
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<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Hoje, finalmente vai ao ar o último capítulo de Amor à Vida, a novela das 9, que foi tudo menos boa, mesmo assim não se pode negar que um mérito a novela teve: Félix e todas as situações criadas em seu entorno.</b></span></span><br />
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<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Mas eu não quero falar especificamente de Amor à Vida neste post, mas sobre as obras de Walcyr Carrasco produzidas para a televisão e que é uma montanha-russa em termos de qualidade, ora tramas deliciosas, ora grandes porcarias, como a infindável história que sai do ar daqui à algumas horas.</b></span></span><br />
<br />
<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Walcyr estreou na rede Globo no ano 2000 com o estrondoso sucesso O Cravo e a Rosa, no horário das 6, após outro grande sucesso na finada emissora de Adolpho Bloch, Xica da Silva, que esteve no ar por mais de um ano na Manchete em 1996. Pois bem, depois desses dois sucessos seguidos, Walcyr em um curto espaço de tempo estreou sua segunda novela Global, A Padroeira, em 2001, uma bomba longa e agonizante, para dois anos depois presentear o telespectador com a saborosa Chocolate com Pimenta de 2003. Mais dois anos e ele volta ao mesmo horário, onde já reina absoluto com outro sucesso avassalador, a romântica e mística Alma Gêmea, em 2005.</b></span></span><br />
<br />
<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Depois de três trabalhos de incontestável sucesso no horário menos nobre da emissora, Walcyr é catapultado para às 19 horas, onde escreve o fiasco Sete Pecados, em 2007, um reconhecido fracasso de público e crítica, mas que não abala sua credibilidade diante da alta cúpula Global. Passam-se dois anos e Walcyr ressurge no mesmo horário cheio de frescor. Em 2009 somos agraciados com a leve, colorida e despretensiosa Caras & Bocas, um bálsamo das 7 após sucessivas novelas ruins. Já em 2011, com o anúncio de outra novela do Carrasco no mesmo horário, a expectativa é grande tendo em vista sua última trama, mas recebemos um banho de água fria com a surreal e patética Morde e Assopra. Apesar de bem ruim, Walcyr consegue mexer na trama e chamar à atenção pra ela, tirando-a do limbo e finalizando-a com uma audiência satisfatória (não a minha, porque pra mim ela foi ruim toda a vida). </b></span></span><br />
<br />
<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Assim, Walcyr pula uma casa e escreve o remake de Gabriela para o horário das 11 da noite. Mistura seu toque inconfundível ao tempero baiano de Jorge Amado e faz uma novela agradável de se ver, em 2012. Um ano depois ele é coroado com o horário nobre da platinada, a famigerada Amor à Vida, a novela das 21 horas de 2013, que muito prometeu e pouquíssimo, quase nada cumpriu.</b></span></span><br />
<br />
<span style="color: cyan;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>A que conclusão eu chego com todo esse blá blá blá? Que seguindo a lógica Carrasquiana, ou ele volta correndo pro final de tarde com suas imbatíveis novelas das 6 ou continua no horário nobre onde fará uma boa segunda novela das 9, pra logo em seguida fazer uma horrenda terceira novela das 9, só isso. Na verdade, esse post foi só uma desculpa pra deixar registrado aqui algumas linhas sobre essa maravilhosa novela e seu último capítulo, ops, não, pera... </b></span></span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-80895767246032286912014-01-22T00:45:00.001-08:002014-01-22T00:45:58.468-08:00BREVE HISTÓRIA DE UMA POBRE ALMA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbXuFhiXH_M1P3WjTT7pzopDYbqrXQ0SvilQ1hOBMQIUwVQVvR-L2INyFnxkn3Y0US_vwcdqUqlwiE7eQS_SXFJrbAU8JF7DCmSvjKm-orQM6SKE3pSHt4pfhZ_-M1tNuZgReNyrXxu-z7/s1600/sentada+na+pra%C3%A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbXuFhiXH_M1P3WjTT7pzopDYbqrXQ0SvilQ1hOBMQIUwVQVvR-L2INyFnxkn3Y0US_vwcdqUqlwiE7eQS_SXFJrbAU8JF7DCmSvjKm-orQM6SKE3pSHt4pfhZ_-M1tNuZgReNyrXxu-z7/s1600/sentada+na+pra%C3%A7a.jpg" /></a></div>
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<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Alma Clara tinha o coração frágil, e naquele dia quente e cansativo como tantos outros, após mais um exaustivo dia de trabalho, encerrou o expediente e saiu atrasada e apressada para não perder o ônibus das 17 horas. Era um trajeto longo até sua casa, onde sempre chegava por volta das 20 horas e começava uma segunda jornada de trabalho, antes de deitar sua carcaça dolorida na cama de solteiro com colchão fino que dividia com a sobrinha de 10 anos, onde sentia todas as ripas de madeira, uma a uma em suas costas magras.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Morava em um barraco de dois cômodos com a avó acamada que mal se levantava da cama, três sobrinhos e um sobrinho-neto de 2 anos, filho da sobrinha mais velha de 16, grávida de 6 meses do segundo filho. </span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Alma Clara com quase 40 anos, tinha uma vida miserável. O barraco que dividia com toda aquela gente ficava numa favela às margens de um canal fétido, que ao primeiro sinal de chuva inundava tudo e alagava os dois cômodos em que coabitava, e que com muito esforço tentava manter limpo e organizado. Sempre que chovia era um "Deus nos acuda".</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Sua rotina consistia em trabalhar como faxineira em um grande Call-Center no centro da cidade e ao chegar em casa, cuidar da avó e dos sobrinhos. Preparar o banho da velha, trocar as fraldas, providenciar o jantar e verificar se tudo correu na mais perfeita ordem durante o dia. Depois de toda essa maratona, ela conseguia deitar-se o mais cedo à meia-noite, para estar de pé às 5 da manhã. Às vezes dormia com fome, a barriga roncando, mas o cansaço era tanto que acabava esquecendo de se servir das sobras dos sobrinhos, porque ela só comia depois que todos estivessem alimentados. Sempre foi assim, a vida toda resignou-se em ser a última, em aceitar de bom grado os restos oferecidos com aparente generosidade. E sempre foi servil, em casa, no trabalho, na vizinhança. Nunca soube dizer não.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">A irmã mais velha fugira com um homem assim que pariu o terceiro filho e nunca mais mandou notícia. A avó a maltratava chamando-a de mosca morta, songamonga e todos os tipos de adjetivos desprezíveis. Não gostava das netas, a primeira era uma vagabunda e a mais nova uma inútil. Ficou extremamente doente antes da filha, mãe de Alma Clara, falecer vítima de um câncer de mama. E ironicamente ficou aos cuidados da neta inútil, que retribuiu com carinho e dedicação toda a falta de afeto.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Alma Clara idolatrava sua mãe. Era uma mulher amorosa, mãe afetuosa, que dentro das limitadas possibilidades fazia o possível pra dar uma vida harmoniosa e feliz às filhas. O único amor que Alma Clara conheceu foi o de sua mãe, que partiu cedo demais. O pai era pastor de uma igreja e morrera num acidente antes de ela nascer, depois dele sua mãe se dedicou as obras na igreja e nunca mais teve outro homem. Nas poucas vezes que sonhava, Alma Clara sonhava com o pai, correndo até ela num campo verdejante e abraçando-a forte e demoradamente ou com ele e sua mãe esperando-a nas portas do céu envoltos entre nuvens brancas e azuis.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Alma Clara tinha uma vida feia, mas por não conhecer outra, achava que estava tudo bem. Terminou o segundo grau e uma vez almejou fazer um curso superior, queria ser professora, mas as circunstâncias de sua realidade a impediam. Uma vez engravidou de um namorado por quem se apaixonou e ficou feliz com a possibilidade de formar uma família e ter uma vida diferente, mas logo que deu a notícia da gravidez o sujeito foi preso por tráfico e pouco tempo depois morto na cadeia. Alma Clara não suportou a notícia e perdeu o bebê, foi quando descobriu que tinha um problema no coração e precisava se cuidar, emoções muito fortes poderia ser fatal. Foi então que teve que aumentar a carga horária de trabalho, pra ganhar um pouco mais e conseguir comprar os remédios do coração.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Depois do filho que perdeu e da morte do companheiro, Alma Clara nunca mais se envolveu com ninguém, perdeu o pouco viço que ainda tinha e se achava incapaz de atrair outros homens, se achava feia. Mas, não era feia, era uma mulher normal. Magra, parda, cabelos e pele um pouco oleosos pela falta de produtos adequados e olhos negros quase sem vida. A falta de vaidade e o sofrimento ignorado, escondiam o que poderia ser uma bela mulher.</span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Mesmo com uma vida desgraçada, tendo que trabalhar que nem burro de carga, dependurada do alto de um prédio de dez andares pra limpar vidros de janela; carregar nas costas uma avó quase vegetativa, três sobrinhos e um sobrinho neto; aguentar o batidão do funk de letras degradantes, no último volume, em dias que teoricamente seria seu dia de descanso; suportar o mal cheiro da favela, e ainda assim não receber sequer um olhar de gratidão, Alma Clara era uma boa alma, tão boa que chegava ser boba. As colegas no trabalho a chamavam de otária, mas Alma Clara não sabia ser diferente, sua natureza era assim, mansa, generosa, desprendida.</span></b><br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Mas naquele dia ao pegar o ônibus de volta pra casa, Alma Clara teve uma surpresa. O ônibus mudou seu itinerário, fez um desvio de rota e passou por outros caminhos. Caminhos que ela não conhecia, que nunca tinha visto. E naquele caminho diferente, Alma Clara sentiu um leve desespero, achou que tinha pego o ônibus errado. Ficou angustiada pensando que chegaria atrasada em casa, que não conseguiria fazer o jantar na hora, aprontar a avó, deixar a casa em ordem, como se o eixo de seu microscópico e medíocre universo fosse ser totalmente desalinhado por causa de um atraso de uma ou mais horas.</span></b><br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Perguntou ao cobrador se havia pego o ônibus errado, ele a tranquilizou dizendo que o itinerário tinha mudado àquela semana devido à obras na estrada de costume, mas a viagem não atrasaria. Sentou-se mais calma e então começou a observar o novo caminho. E viu que era completamente diferente do que estava acostumada. Era bonito, era muito bonito. O ônibus passava por um bairro nobre, daqueles que Alma Clara só via pelas novelas da televisão, quando parava de vez em quando em frente ao aparelho pra imaginar como seria se aquela vida tão cheia de beleza existisse de verdade.</span></b><br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">De repente tudo estava ali diante de seus olhos, próximo, palpável. As ruas limpas, as casas chiques, as árvores que pareciam pinturas. Tudo tão perfeito que parecia miragem, alucinação. Dominada por um encantamento arrebatador, Alma Clara fez sinal e desceu do coletivo. </span></b><br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Sempre acostumada a brutalidade de passos cansados e apressados, Alma Clara pisou o chão como se flanasse. Respirou fundo, o cheiro da rua era bom. As calçadas tinham canteiros ajardinados. As pessoas caminhavam com passos delicados. Roupas leves. Cabelos sedosos brincando com a brisa. Parques. Shoppings que pareciam palácios. Carros importados. Patins. Gente de corpo escultural malhando em uma academia com paredes de vidro. Prédios. Mansões. Livrarias. Era tudo tão lindo. Dourado, claro, colorido. O céu tão azul. Alma Clara contemplou, suspirou, seus olhos cheios de fascínio. Foi caminhando sem destino, queria apenas desbravar mais e mais toda aquela beleza, àquelas pessoas, aquele mundo tão distante do seu. </span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Avistou um café, entrou. No ambiente tocava um jazz. Ela nunca tinha ouvido, mas o som a hipnotizou. Pessoas conversavam com sorrisos brancos e cheios de dentes nos lábios. Conversas ao pé do ouvido. Famílias. Casais apaixonados. Bolinhos, pães, bebidas fumegantes que ela nunca tinha visto, nas mesas. E tinha flores também, cada mesa era decorada com uma gérbera de cor diferente. O aroma do café que exalava no lugar era muito diferente do cheiro que estava acostumada, parecia perfume. Se imaginou passando àquele perfume pra ir trabalhar, seria a mais cheirosa de todas as suas colegas. Esboçou um leve sorriso diante de tal pensamento. </span></b><br />
<br />
<b><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Um garçom a abordou perguntando se desejava algo. Pediu um copo de água. Com ou sem gás? Alma Clara não entendeu. Queria apenas um copo d'água, da torneira mesmo. O garçom teve pena diante da extrema humildade da moça. Deu-lhe uma garrafa de água mineral sem gás, que ela fez questão de pagar até descobrir que custava mais do que as míseras moedas que tinha na velha bolsa puída. Agradeceu a gentileza do garçom e saiu. Logo em frente ao café tinha uma praça. Sentou-se no banco de mármore italiano e tomou sua água lentamente. Do outro lado da rua, uma mulher elegante passeava com seu poodle branco e tosado à perfeição. Alma Clara ficou deslumbrada, até os bichos ali eram diferentes, pareciam de pelúcia. O cachorro a olhou, ela sorriu pra ele. Depois olhou pro céu azul grená. Pensou na vida que tinha, na vida daquelas pessoas. Era outra vida, muito mais bonita, farta, brilhante que a dela. Pensou pela primeira vez em toda sua existência que a sua vida não era vida. Não, comparado com aquele mundo novo que ela descobrira sem querer naquela tarde. Pensou pela primeira vez numa palavra: desigualdade.Refletiu pela primeira vez em sua vida miserável. Sentiu raiva, sentiu pena, sentiu saudade do que nunca teve. Olhou pro céu mais uma vez e lembrou-se dos pais, de como gostaria de encontrá-los. Uma lágrima rolou de seus olhos negros, que agora tinham um certo brilho. O poodle latiu, desvencilhou-se de sua dona e correu em direção à ela. Alma Clara sorriu um sorriso cansado pro cão que parecia pelúcia, fez um carinho em sua cabeça e sentiu as pernas serem suavemente lambidas por ele. Alma Clara fechou os olhos. A garrafa d'água pendeu-se de sua mão esquerda. O cachorro deu três latidos fortes e estridentes, mas não adiantou. O coração frágil de Alma Clara, parou.</span></b> Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-36341438401119734752014-01-12T11:53:00.000-08:002014-01-12T12:02:52.556-08:00NÃO TENHA PRESSA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxBZPK3H1VbYZ4jeTMnr3NA-Y-NhSkGtVz2bZgu6ZQqMkP1pPR766VQFik43amozY6OExVN9e_3VO3hzVKO4jJ1nYU42s0qx_tRIzxegX0sBqaVBMxvyteBEgjWxShTbNEr5KY35SYFoEE/s1600/beija-flor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxBZPK3H1VbYZ4jeTMnr3NA-Y-NhSkGtVz2bZgu6ZQqMkP1pPR766VQFik43amozY6OExVN9e_3VO3hzVKO4jJ1nYU42s0qx_tRIzxegX0sBqaVBMxvyteBEgjWxShTbNEr5KY35SYFoEE/s1600/beija-flor.jpg" height="210" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não me estranhe, nem se assuste.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não tenha pressa.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Minha libido é mansa, calma.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não vá com tanta sede ao pote.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não sou da rua, da esquina, do quarto escuro.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Te quero por inteiro, sereno, devagar.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Me queira assim também.</span></span><br />
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sou feito de ar, sussurros, movimentos delicados.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não seja insano, abrupto. </span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ainda não.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não tenha pressa.</span></span><br />
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não seja minha refeição ligeira, daquelas que mal se sente o gosto, apenas pra encher a barriga.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Um buraco vazio que dói no estômago.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não quero ser sua refeição ligeira.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Saboreie-me primeiro com os olhos, lentamente.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mergulhe e tente decifrar alguma coisa em minha íris. </span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Passe as mãos ásperas em meus cabelos crespos.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Mesmo rústico você pode ser suave.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Deslize sob as minhas faces.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Concentre os olhos castanhos curiosos e tristes em meus lábios e invada minha boca calmamente, até encontrar o encaixe perfeito.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não tenha pressa. </span></span><br />
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Aninhe-se no meu pescoço.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Aspire o meu perfume e chafurde na minha nuca. </span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Na minha orelha. Até encontrar o cheiro da minha essência.</span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Cheiro de pele que exala dos meus poros. </span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E suspire profundamente.</span></span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nessa hora talvez surjam lágrimas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Fique tranquilo, é só minha emoção represada saindo como as tulipas que desabrocham na primavera holandesa.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Entrelace suas mãos nas minhas com força e me leve de encontro ao seu corpo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Faça meu peito ouvir as batidas do teu.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Passeie seus dedos pelas minhas costas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Morda meus mamilos como se fossem cerejas frescas e brinque com sua língua lá, como quando você era criança e tentava pegar o gelo dentro do copo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Faça tudo com cuidado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Contemple.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não tenha pressa.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Temos tempo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Ninguém precisa gozar correndo e sair desesperado sem nem saber pra onde.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pretende-se que isso seja raro, doce e especial.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Então, arranhe minhas nádegas morosamente.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Faça desenhos imaginários em minhas pernas longas e brancas.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Me aperte. Me abrace. Me arrepie.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Lamba meus suores agridoce.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Canse e descanse no meu peito arfante.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Faça de mim o seu mapa da mina.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Depois que tiver me desvendado por inteiro...</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Eu fico de quatro.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Só não tenha pressa. </span>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-71880953729322501652013-12-31T07:29:00.000-08:002013-12-31T07:32:05.870-08:00CINEMA, LITERATURA E TEATRO EM 2013<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Dc_mo7Xr58FVnS-vaf1VEOky6qhxTCtNPsm15KQXArlVkxOj3ywShMt0PV6eJX-weZOuGQNNy0nuQh8g3Lqdnbnt1ciK7LQ901VV1m1wkDwffThP0MFyZQetwb-nZeJa-08Efj3D4QQ_/s1600/A+cultura+do+Reino+de+Deus+e+as+sub-culturas+denominacionais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Dc_mo7Xr58FVnS-vaf1VEOky6qhxTCtNPsm15KQXArlVkxOj3ywShMt0PV6eJX-weZOuGQNNy0nuQh8g3Lqdnbnt1ciK7LQ901VV1m1wkDwffThP0MFyZQetwb-nZeJa-08Efj3D4QQ_/s320/A+cultura+do+Reino+de+Deus+e+as+sub-culturas+denominacionais.jpg" width="291" /></a></div>
<br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Em termos de vida cultural, esse ano foi bem bacana. Mantive meu interesse de sempre por cinema, teatro e literatura, mas por causa do ingresso na faculdade pude participar de alguns eventos bem legais com famosos e renomados artistas da música e da literatura. Esse foi o ano de conhecer pessoalmente escritores como Andrea Del Fuego, Marçal Aquino, Daniel Galera, Ivana Arruda Leite e a cantora Adriana Calcanhoto - que se aventurou na literatura em 2008 com o livro "Saga Lusa" - em bate-papos descontraídos nos encontros semanais da Biblioteca São Paulo (BSP), que aconteciam todos os sábados pela manhã.</span></span></span></i></b><br />
<br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Curti também um show maravilhoso de Ângela Rô Rô na Virada Cultural, que aconteceu no palco do belíssimo Teatro Municipal. Conheci a dramaturga Maria Adelaide Amaral, de quem sou fã de carteirinha, em um outro bate-papo descontraído, mediado pelo dr. Drauzio Varella, no anfi-teatro da Livraria Cultura. Uma delícia sem igual! Também na mesma livraria participei de uma noite de autógrafos com a simpaticíssima cantora, que adoro, Vanessa da Mata, no lançamento de seu livro "A filha das flores".</span></span></span></i></b><br />
<br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Mas os filmes, os livros e as peças foram as vedetes de 2013. Abaixo uma pequena lista do que assisti e li esse ano:</span></span></span></i></b><br />
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<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Cinema: </span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">1- <span style="color: cyan;">As aventuras de Pi<span style="color: #3d85c6;">, lindo, emocionante, magnífico!</span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">2- <span style="color: cyan;">Minha mãe é uma peça - o filme<span style="color: #3d85c6;">, engraçadíssimo do início ao fim. Melhor filme brasileiro de 2013!</span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">3- <span style="color: cyan;">Cabeça do cachorro<span style="color: #3d85c6;">, documentário do médico Drauzio Varella sobre uma comunidade no Brasil que vive como índios, quase à margem da sociedade. Interessante!</span></span> </span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">4- <span style="color: cyan;">Amor pleno<span style="color: #3d85c6;">, filme-arte, chato.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">5- <span style="color: cyan;">The bling-ring - A gangue de Hollywood<span style="color: #3d85c6;">, bom, mas poderia ser melhor.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">6- <span style="color: cyan;">Jobs<span style="color: #3d85c6;">, gostei, mas esperava bem mais. Poderia ter tido um maior desenvolvimento.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">7- <span style="color: cyan;">Rush - No limite da emoção<span style="color: #3d85c6;">, filme excepcional sobre um assunto que nunca gostei, fórmula 1. Excelente!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">8- <span style="color: cyan;">O tempo e o vento, <span style="color: #3d85c6;">a clássica e antiga saga de Erico Veríssimo adaptada para as telonas sob a batuta de Jayme Monjardim. Resultado bonito!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">9- <span style="color: cyan;">Gravidade<span style="color: #3d85c6;">, o tão falado filme espacial de Sandra Bullock, muito bom, mas não tão bom quanto falaram.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">10- <span style="color: cyan;">Eu vou lhe dizer tudo<span style="color: #3d85c6;">, belíssimo filme norueguês, exibido no Festival Mix Brasil. Merece ser assistido!</span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">11- <span style="color: cyan;">Sobre sete ondas verdes espumantes<span style="color: #3d85c6;">, documentário poético e emocionante, que também fez parte do Mix Brasil, sobre a obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu. Lindo demais!</span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">12- <span style="color: cyan;">Jovem e bela<span style="color: #3d85c6;">, cinema francês maravilhoso!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">13- <span style="color: cyan;">Las acacias<span style="color: #3d85c6;">, cinema argentino sempre surpreendendo positivamente.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">14- <span style="color: cyan;">A grande beleza<span style="color: #3d85c6;">, cinema italiano um pouco pretensioso, porém, inegavelmente belo.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: cyan;"><span style="color: #3d85c6;">15- <span style="color: cyan;">Azul é a cor mais quente<span style="color: #3d85c6;">, premiado filme francês. É tudo o que falaram, mas com final um pouco decepcionante.</span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span></span></i></b><br />
<br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Literatura:</span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;">1- <span style="color: yellow;">Para sempre<span style="color: #3d85c6;">, romance americano previsível, adaptado pro cinema sem sucesso.</span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;">2- <span style="color: yellow;">Barba ensopada de sangue<span style="color: #3d85c6;">, excelente lançamento de Daniel Galera.</span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">3- <span style="color: yellow;">Uma leve simetria<span style="color: #3d85c6;">, lindo e emocionante romance sobre o amor entre dois adolescentes judeus.</span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">4- <span style="color: yellow;">A última chance<span style="color: #3d85c6;">, romance espírita insuportavelmente clichê sobre gays e aids.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">5- <span style="color: yellow;">A cultura-mundo<span style="color: #3d85c6;">, leitura obrigatória do primeiro semestre do curso de Letras, mas uma ótima leitura, obrigatória pra vida, nesse mundo consumista e plastificado.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">6- <span style="color: yellow;">City boy - Minha vida em Nova York<span style="color: #3d85c6;">, um passeio pela vida do escritor Edmund White no tempo em que viveu numa das maiores metrópoles do mundo.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">7- <span style="color: yellow;">A foto<span style="color: #3d85c6;">, sobre o mundo da moda, vaidade e suas futilidades. Contemporâneo. História razoável.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">8- <span style="color: yellow;">Conversas com um jovem professor<span style="color: #3d85c6;">, didático. Leitura obrigatória do segundo semestre, mas muito bom pra quem se interessa pelo universo professor/aluno.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">9- <span style="color: yellow;">Édipo-Rei, <span style="color: #3d85c6;">mitologia grega, clássica, super conhecida e fascinante.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">10- <span style="color: yellow;">Refém da obsessão<span style="color: #3d85c6;">, romance sobrenatural. Ótimo entretenimento.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;">11- <span style="color: yellow;">A garota do penhasco<span style="color: #3d85c6;">, uma saga familiar cheia de mistérios e apaixonante. Ainda lendo.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;">Teatro:</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;">1- <span style="color: lime;">Esta criança,<span style="color: #3d85c6;"> das que assisti, a melhor do ano. Histórias fortes interpretadas pela sensacional Renata Sorrah.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;">2- <span style="color: lime;">Contrações<span style="color: #3d85c6;">, perturbadora peça com Débora Falabella. Muito boa!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;">3- <span style="color: lime;">Um porto para Elizabeth Bishop<span style="color: #3d85c6;">, um monólogo de pura emoção com a talentosa Regina Braga. Maravilhoso!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;">4- <span style="color: lime;">Garotos da noite<span style="color: #3d85c6;">, sobre prostituição masculina, drogas e sonhos</span></span>. Ótima montagem e elenco de babar!</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;">5- <span style="color: lime;">Bem-vindo, estranho<span style="color: #3d85c6;">, um suspense noir, protagonizado por Regina Duarte</span></span>, esfuziante e surpreendente em cena. Fechando a temporada teatral do ano com chave de ouro.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></i></b><br />
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<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: lime;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: #6fa8dc;">E que 2014 venha com muitos, muitos, mas muito mais filmes, livros e peças. Que a arte e a cultural nunca tenham fim! </span> </span></span> </span></span> </span></span></span> </span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span> </span></span></span></span></span></span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #6fa8dc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #3d85c6;"><span style="color: yellow;"><span style="color: #3d85c6;"> </span></span></span> </span></span></span></i></b>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8631966699024908429.post-17370361998926854002013-12-30T20:13:00.004-08:002013-12-30T20:13:51.399-08:00RETROSPECTIVA 2013: DEZ ANOS EM UM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh88MfFKA5QK7DHG4kb866lgmZFAvyUeg_eSC63tCCNcu_l6_hlULR82NnR4ng5zyAwQ-NpdmASi-NqcrxfZQMkbr5sfOSjLiJZ7hMhERFSwHgu-ARFqo4bErkLtA3zFIemK5Ncg9GYvvuw/s1600/ka-5-e1277580404899.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh88MfFKA5QK7DHG4kb866lgmZFAvyUeg_eSC63tCCNcu_l6_hlULR82NnR4ng5zyAwQ-NpdmASi-NqcrxfZQMkbr5sfOSjLiJZ7hMhERFSwHgu-ARFqo4bErkLtA3zFIemK5Ncg9GYvvuw/s320/ka-5-e1277580404899.jpg" width="305" /></a></div>
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E estou aqui pra clássica retrospectiva do ano, mas dessa vez mais que relembrar os momentos legais e importantes, fazendo um apanhado geral do que foi 2013 pra mim, é da última década que quero falar. Um "tour" rápido pelas mazelas que vivi nos últimos dez anos pra chegar até aqui, e que olhando pra trás parece muito tempo, mas na prática foi um sopro. Será que cheguei onde queria? Consegui realizar algum sonho? Alcançar algum objetivo relevante? O que mudou efetivamente nesses dez meteóricos anos? Será que foi tempo suficiente pra atingir minhas metas? Teoricamente, mesmo que passe ligeiro, 10 anos é tempo pra se fazer muita coisa. E mesmo que hoje eu ainda não esteja exatamente onde quero e como quero, galgo o caminho que eu mesmo escolhi persistente e insistentemente há dez anos, de forma incansável. Às vezes dando uma descansadinha aqui, outra ali pra recuperar o fôlego, mas nunca pensando em desistir. Contra toda a falta de apoio e incredulidade, estou mais perto do que jamais estive do que sempre almejei ser, ter e fazer como objetivo de vida e felicidade.</span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O pontapé inicial foi dado no dia 09 de março de 2003. Saí da casa de meus pais no interior do Rio Grande do Sul pra ganhar a capital Porto Alegre e o mundo, meu mundo ideal. Encarei a rotina de um casal de idosos, amigos da família, que me acolheram por uns tempos até eu poder pagar meu próprio aluguel e iniciar o curso Técnico de Nutrição. Um breve desvio no meu caminho, que ambicionava a faculdade de Letras ou Jornalismo, porém a grana disponível só dava pra um curso técnico. Vislumbrando um salário razoável como nutricionista técnico, o que proporcionaria lá na frente o desejado curso superior, comecei os estudos. Foi bom. O curso era interessante, agradável e focava quase que exclusivamente em algo que adoro, comida. Aprendi muitas coisas legais, fiz estágios bacanas e tive até um bom emprego por um período bem curto, mas não era minha vocação, nunca foi. Meu pensamento estava sempre no sentimento humano e em escrever sobre ele. Era meu hobby de todas as horas, escrever, escrever, escrever.</span></span></b></i><br />
<br />
<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Naquele ano conheci pessoas que carrego no peito até hoje, uma em especial, Maristela Braga. Vivi momentos de puro tormento na casa em que me hospedava, até após três meses conseguir me livrar de regras idiotas e uma má vontade gigante. Fui morar pela primeira vez verdadeiramente sozinho em um quarto que me dá arrepios de lembrar, ratinhos me faziam companhia frequentemente. Era péssimo? Sim. Mas era o que eu podia pagar. Eram minha rotina, minhas regras, minha independência. E a sensação de ser dono do próprio nariz é maravilhosa, ainda mais eu que sempre fui filho único, super protegido, criado pra sair de casa apenas e somente casado. Vivia algo que sempre desejei internamente desde muito cedo, mas nunca comentei em casa sobre. Saí da redoma de vidro da casa de meus pais sobre protestos e chantagens emocionais, por parte de minha mãe, é claro, porque meu pai nunca ligou muito pra isso, talvez tivesse ficado um pouco triste, mas nunca fez drama. Então estava eu lá, aos 21 anos de idade, morando com ratinhos, tendo como vizinhos de porta: um bêbado que tinha cirrose e todas as noites sofria com uma crise terrível de tosse, me fazendo custar à dormir; uma velha ninfomaníaca que queria transar a todo custo todas as noites com seu velho que já tava praticamente brocha, e não conseguindo saciar seus desejos, desfiava um rosário de xingamentos pra lá de obscenos pro pobre coitado, que morria de vergonha dos vizinhos e ficava em silêncio só ouvindo os desaforos da velha tarada, e um pedreiro que me tentava todas as noites com propostas bem ousadas, tal qual o mecânico de </span></span></b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Amor à Vida<b> que não deixa o Félix em paz. Nesse mesmo ano fiz estágio em dois hospitais e consegui ser dispensado dos dois. Me mantinha com inacreditáveis $300 reais, pagava o curso, as passagens e o aluguel. Foram tempos difíceis, mas sobrevivi.</b></span></span></i><br />
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<i><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b>No ano seguinte, 2004, conheci Rafael, Eduardo, Leo e Marcelo, pessoas que me apresentaram a noite Porto Alegrense, pois aos 22 anos eu ainda era um menino bem comportado, não conhecia os prazeres noturnos e otras cositas. Me endividei com o curso. Fui morar com uma gente horrorosa que transformou minha vida num inferno e nesse inferno acabei me libertando, pois aos 23 anos, sem suportar mais tanta maledicência disse à minha mãe com todas as letras o que já era óbvio pro mundo inteiro, mas ela não queria acreditar: "eu sou gay". Tudo finalmente esclarecido depois de duas décadas e um terço, entro na reta final do curso. Faço o estágio curricular. Arranjo emprego no hospital da cidade onde meus pais moram e me vejo obrigado a voltar pra casa deles, que nunca deixou de ser minha. Mas eu queria Porto Alegre, sempre quis. Sou bicho de cidade grande, "urbanóide" cosmopolita e sempre amei Porto Alegre. A capital do meu estado pode não ser a mais linda, mas é apaixonante. Volto contrariado e triste pra cidade de gente fofoqueira e medíocre, pra alegria de minha mãe. Inconformado, aos poucos começo a me adaptar ao trabalho, o que era difícil de engolir era a falta de cinemas, teatros, parques cheios de gente aos domingos, cafeterias, livrarias, gente interessante. Pra compensar tinha o mar, mas mesmo com toda sua imensidão era muito pouco pra mim. O reveillón daquele ano foi um barato, Eduardo e Rafael passaram comigo e fiquei muito amigo de Fernando naquele 31 de dezembro de 2004.</b></span></span></i><br />
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<i><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b>Com a chegada de 2005, sou demitido após o período de experiência, em fevereiro. Fiquei revoltado por ter sido vítima de picuinhas e fofocas, mas empolgado com a possibilidade de voltar à Porto Alegre e conseguir uma colocação lá. Fernando se torna meu melhor amigo, fazemos muitos passeios noturnos pela praia. Ele dorme em casa, eu durmo na casa dele, fazemos planos, tecemos sonhos de um dia sair daquele lugar infrutífero e assim vamos vivendo nossa vidinha pacata, sem grandes acontecimentos, mas nos agarrando um à companhia do outro. Até que por um golpe de sorte meu pai é transferido de seu emprego pra Porto Alegre. Minha alegria não cabia em mim. Voltar à minha amada capital sem precisar passar por todos os perrengues de viver sozinho, era bom demais. Minha mãe não aceitou, sempre odiou cidades grandes com todas as forças, mas dessa vez as circunstâncias eram inquestionáveis, ela teria que aceitar, ou ficaria sozinha naquela praia deserta. Pois a danada não foi. Alegou que esperaria o ano terminar e mudaria no ano seguinte quando tudo estivesse estabilizado. Eu e meu pai partimos em junho. Eu mesmo arrumei tudo, o lugar pra morarmos e todos os detalhes da mudança. Sem pressa de conseguir qualquer emprego pra sobreviver, comecei a procurar calmamente. Meu pai vivia de casa pro trabalho, do trabalho pra casa com saudades da minha mãe. Eu me jogava. Mas o que era bom durou pouco, não sei se foi macumba, pensamento negativo da minha mãe ou apenas azar o meu, mas meu pai foi demitido, o que o fez voltar correndo pra casa na praia, me deixando só novamente. Pra mim era uma questão de honra não voltar, e não voltei. Em dezembro consegui o emprego num restaurante uruguaio e consegui continuar às minhas próprias custas em Porto Alegre. Logo na entrevista conheci Ricardo, aquele que veio a ser um grande amor. Por Ricardo os três meses seguintes foram mágicos, mas depois desse período saí do restaurante, onde conheci também Milena, Cristina, Jonathan, Marise, Alexsandro, Liliana e mais um bocado de gente pra lá de especial, 2006 foi o ano das pessoas especiais, algumas permaneceram outras desvaneceram. </b></span></span></i><br />
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<i><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><b>Do restaurante fui trabalhar em um café colonial, onde conheci meus novos e queridos patrões, que se tornaram amigos do coração, Mara e Paulo. À essa altura eu já não atuava mais como técnico, depois que saí do hospital no litoral, desisti da profissão, resolvi focar no que sempre quis, mas emprego pra garçom e atendente nunca falta e meu currículo chamava a atenção. Então lá fui eu servir mesa por um bom tempo, odiando tudo aquilo com todas as forças, sonhando com meus contos, crônicas, poesias e prosas. O dinheiro nunca dava pra nada além do aluguel, roupa e necessidades pra lá de básicas. Queria e precisava fazer inglês, mas nunca chegava o suficiente, queria guardar um dinheiro no banco pra qualquer eventualidade, mas parecia piada, pagar a faculdade então nem pensar, prestar uma pública não passava pela minha cabeça, nunca fui muito fã de ficar debruçado horas e horas em cima dos livros e nem teria tempo pra isso. Precisava era de grana pra pagar pelo meu sonho. No final do ano, lá por setembro, me demiti. Depois de seis meses não aguentava mais àquela vida improdutiva. Pela primeira vez optei por voltar pra casa dos meus pais, já não tinha mais forças pra tentar a vida em Porto Alegre sozinho, sem a ajuda e o apoio de ninguém. Meus pais viviam a vidinha deles e financeiramente não podiam fazer muito por mim, coitados. Assim voltei e em dezembro daquele ano comecei a trabalhar como temporário no maior mercado da cidade, a rede Wall Mart. Depois de três meses e sem emprego mais uma vez resolvi tentar a sorte em outras paragens. Em março de 2007 mudei-me pra casa de uns parentes em Curitiba. Vivi por lá seis meses, foi uma das piores escolhas que fiz. Lugar chato, sem graça. Tirando os parques cercados de verde e laguinhos por todos os lados, não tinha mais nada de fascinante na cidade. Trabalhei em uma clínica no período que estive por lá, mas foi um dos piores empregos que já tive. Nada fluiu, foi tudo péssimo, exceto a companhia do meu tio Jeovani, uma figura divertidíssima com quem dividi o mesmo teto e muitas gargalhadas, filmes e séries enquanto morei na capital do Paraná. </b></span></span><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> </span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Em outubro daquele ano, retornei ao litoral do RS, e foi um dos momentos mais maravilhosos da minha vida. Sair de Curitiba e voltar pra minha terra foi uma sensação indescritivelmente agradável, até o céu da cidade parecia mais bonito, mais azul. Novamente trabalhei no Wall Mart naquele fim de ano, dessa vez com a promessa de uma efetivação, o que no fundo eu desejei. Já estava cansado de viver sozinho em Porto Alegre e batalhar sem resultados, longe do conforto de casa. Então me resignei e decidi ficar no interior com meus pais por tempo indeterminado, mesmo tendo a certeza de que meus sonhos jamais seriam realizados ali. Mas o trauma de minha passagem por Curitiba me fez mudar alguns conceitos. Aceitar que não adiantava dar murro em ponta de faca , o que tivesse de ser, seria.</span></span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br /></span></span></b></i>
<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Com o término da temporada de verão em 2008, minha efetivação não veio e fui dispensado do hipermercado. Tive uma ligeira decepção, que demorou pouco a passar. Logo estava eu de novo fazendo planos para sair daquela cidade insuportável. Nesta última temporada de Wall Mart me relacionei com pessoas incríveis: Rodrigo, Carine e Bruna foram os principais. Em março eu estava de volta à Porto Alegre, mas dessa vez eu estava diferente, mais maduro, mais consciente, mais feliz. Fiquei hospedado por um mês na casa de Verônica e Sheila, duas amigas que se mostraram uma bênção na minha vida, mas logo senti necessidade da minha privacidade e liberdade. Aluguei uma kitnet no centro da cidade, perto do meu trabalho, uma cafeteria argentina em um dos bairros nobres da cidade. O café era um sonho, mas o trabalho, depois de um tempo tornou-se um pesadelo. Nesse ínterim conheci pessoas e vivi momentos que fizeram àquele ano ser um dos mais memoráveis pra mim. Murilo se tornou meu grande amigo. Depois seu namorado, João. Carine me visitou algumas vezes. Bruna também mudou-se pra Poa. Rita foi um acontecimento na minha vida. E pra fechar o ano tive o privilégio de conhecer Bianca e Lauren, duas queridas, que me fizeram lançar um novo olhar pra vários ângulos da vida. Em dezembro me demiti da cafeteria argentina, pra assumir a sub-gerência de um café num cinema de shopping. Promessa de um emprego maravilhoso que não durou um mês.</span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">No início de 2009, vivi uma das piores faces da minha vida. Desempregado e sem um centavo no bolso, tive que me virar nos 30 pra não passar fome. Um detalhe de 2008 muito importante, que esqueci de comentar, meus pais se pararam e foi um baque que me detonou emocionalmente, estragando grande parte das conquistas que tinha alcançado até aquele momento. Minha mãe veio morar comigo e foi desastroso. Nesse período de 2009 ela estava viajando quando passei pelo perrengue de ficar sem grana e sem trabalho e só quando não dava mais foi que liguei pedindo pra que ela voltasse com urgência. Com sua volta, uma nova ideia brotou na minha cabeça cansada de tantos lutas sem sucesso. Eu queria sair de Porto Alegre, mas dessa vez em definitivo, pra um lugar promissor onde a possibilidade de retorno não me tentasse. Troquei muitas mensagens com uma amiga que estava em Portugal e cogitei a possibilidade de sair do Brasil, mas diante das implicações burocráticas e da grana que não seria pouca, descartei. Até que veio a ideia mais óbvia que eu nunca havia tido, tentar a sorte em São Paulo. Depois de mais uma tentativa frustrada de trabalhar num bistrô, por uma semana, em maio parti pra terra da garoa. Sem ter a mínima ideia do que faria por lá, mas cheio de boas expectativas. Se não desse certo em São Paulo, não daria mais em lugar nenhum, esse era meu pensamento, e não errei. Quando cheguei por aqui me adaptei de imediato. Passei 10 meses e fui obrigado a retornar ao Sul por problemas de documentação. Voltei, mas parti determinado a resolver minhas pendências no RS e retornar a SP assim que tudo estivesse sanado. </span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Em março de 2010, estava morando novamente com minha mãe, que ainda estava separada do meu pai, numa cidade chamada Capão da Canoa. Não era mais aquela cidade horrorosa que nem gosto de citar o nome, mas também era praia e bem pequena. Voltei triste, com o coração partido, pois tinha me apaixonado por São Paulo, mas aquele um ano e três meses que vivi em Capão da Canoa com minha mãe foi um dos melhores da minha vida. Ali descobri e conheci tanta coisa e tanta gente, mas principalmente me conheci como nunca antes. Fiz profundos mergulhos dentro de mim e da minha personalidade ao mesmo tempo que fazia planos pra uma volta triunfal e definitiva pra Sampa. Sem contar nos momentos mágicos íntimos e familiares com minha mãe, nossa relação atingiu um outro patamar à partir daquela fase. Em agosto voltei a trabalhar no Wall Mart, acreditem se quiser, mas ali era uma das melhores opções de emprego, e não tenham dúvida que trabalhar lá é uma das piores coisas do mundo. Fiquei 8 meses e me demiti. Um mês e meio depois, após me despedir dos amigos queridos que ali fiz: Luísa, Daniel, Robson, Jennifer, Vagner, entre outros, voei de volta pra São Paulo. Onde cheguei no dia 19 de junho de 2011.</span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Desde então vivo aqui nessa cidade, que pra mim é a maravilhosa, até porque ainda não conheço a outra. E nesses dois anos e meio que aqui me encontro não parei de ralar, batalhar e correr atrás, como sempre fiz, só que com uma grande diferença, sinto uma evolução nos meus esforços como antes não sentia, e tudo aqui me empolga, me impulsiona e me surpreende o tempo todo.</span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nesse ano de 2013, em que fazem 10 anos da minha longa estrada solitária, finalmente consegui ingressar na universidade. Foram necessários 10 longos anos pra isso e muita perseverança, mas tô aqui. E eu não vou olhar pra trás com tristeza por não ter conseguido isso antes, por teoricamente, ter perdido tempo demais. Não perdi, ganhei. Fiquei amadurecido e sábio de coração. Não serei hipócrita de dizer que não preferia ter entrado muito antes, preferia sim. Mas foi assim que as coisas se sucederam comigo. E no meio de tantas pessoas imaturas e perdidas dentro de uma universidade, que agora eu vejo que tem muitas, que estudam e dividem comigo os bancos escolares, me sinto pleno de minhas vontades e desejos e cheio de uma certeza absoluta daquilo que quero e de onde quero chegar. E nesse ano de conquistas especiais andei ao lado de gente muito bacana. Foi o ano que conheci Celinha (Regina), Inácio Lisboa, Vânia, Valquíria, Carol Dias, Vanessa, Camila, Christiane, a criativa Jennifer, Denise, uma professora mágica de literatura, a Marcinha, o professor Murilo, uma grande inspiração e a dedicada professora Adriana. </span></span></b></i><br />
<br />
<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tive a companhia agradável de minha amiga Luli, em vários jantares deliciosos em seu Ap. A vinda de Daniel pra São Paulo, mais uma vez, que resultou em muitos momentos legais de conversas, confidências e até desentendimentos. Passei a admirar cada vez mais meu colega de Ap., Alisson. Estreitei amizade com o sensacional Renato, um poço de papos-cabeça infindável. Também Maíra, uma louca adorável. Os amigos de sempre também estiveram presentes, João e Said, sempre agregando. Assisti filmes ótimos. Vi peças incríveis. Participei de eventos sensacionais. Li livros bons e ruins. Odiei meu trabalho mais do que nunca. Chorei a morte de uma pessoa querida que jamais poderia imaginar que partiria tão cedo. Tive momentos de terríveis angústias. Comecei a exercitar minha veia de escritor, crítico e resenhista pra um público maior, no super acessado blogue de entretenimento cultural </span></span></b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pop de Botequim<b>, e isso me fez muito bem. </b></span></span><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">E num apanhado geral, 2013 valeu muito à pena e pra que não reste qualquer dúvida de que 2014 promete, termino o ano com a promessa de um novo amor. Complicado e delicado, mas qual a graça do amor sem sua pitada de dificuldade.</span></span></b></i><br />
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<i><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">"Valeu à pena. Sou pescador de ilusões!" </span></span></b></i>Esdras Bailonehttp://www.blogger.com/profile/17152862070589833817noreply@blogger.com0